25 janeiro 2023

'Foi para criar lucro artificial e aumentar dividendo', diz ex-sócio de Lemann sobre maquiagem nos balanços da Americanas

25.01.2023

Do portal BRASIL247

  Lojas Americanas, Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Divulgação | REUTERS/Ueslei Marcelino)

Ex-sócio de Jorge Paulo Lemann, Luiz Cezar Fernandes afirmou à Veja que as maquiagens nos balanços da Americanas, que esconderam por anos um rombo de R$ 20 bilhões, provavelmente começaram "há muito tempo" e foram "uma maneira de criar lucro artificial para aumentar dividendo". 

"Foram ao extremo deixando um atraso no pagamento dos fornecedores. O fornecedor vendeu por 90 dias, eles atrasavam e pagavam com 120 dias. Mas isso não foi suficiente, então resolveu esconder o passivo dos bancos. Acho que chegou em um ponto que não dava mais, chamaram o (Sérgio) Rial e falaram: 'temos um problema, não estamos mais conseguindo alavancar, você vem e fala que tem isso aqui e aqui'. Porque é impossível que o Rial em uma semana descubra um troço que nenhum analista tenha pegado nesses 50 anos, mil analistas e ninguém pegou. Ele é gênio, mas nem tanto. Aquilo foi combinado. 'Você diz que descobriu, aí a gente parte para resolver, então vamos dar o prejuízo para o Family Office e para os bancos'. Acho que isso começou há muito tempo", disse.

A prática, segundo ele, estava atrelada diretamente ao pagamento de bônus aos executivos da Americanas. "Você paga o bônus de acordo com o lucro. Mas eles criaram o lucro para pagar dividendo e o monstro de bônus para os executivos, desproporcional ao lucro real que a empresa estava tendo". 

Fernandes ainda destaca que Lemann e seus sócios, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, se prepararam para a divulgação do rombo, deixando o conselho da empresa para não se comprometerem. "Inflavam o lucro, pagavam bônus para os executivos, mas quem mandava na loja? Ninguém? Era o Beto Sicupira que mandava. Eles chegavam na reunião e ninguém podia discordar dele. A gente tinha consciência que era assim. Todo ano diziam: 'ah, vamos aumentar aqui e distribuir dividendos'. E eles vieram aproveitando que já estava batendo no limite para vender uma posição grande [das ações da empresa]. Sabiam que o problema iria estourar em algum momento e que as ações não ficariam naquele preço. O preço médio de venda hoje tem uma enorme queda. E todo mundo saiu do conselho de administração. O Jorge [Paulo Lemann] e o Marcel [Telles] saíram há anos, mas o Beto [Sicupira] deixou o conselho há um ano, com a desculpa que o mercado não aceitou. Na prática, ele era o controlador, que mandava e pronto, mas aparentemente passou a ser acionista de referência. Ele mandava no conselho todos os dias, mas tecnicamente não era controlador. Juridicamente, ele tem uma posição muito tranquila, se tiver um processo do Ministério Público e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Por isso, acho que já estava no planejamento do Rial fazer a denúncia".

Para contar os bastidores da fraude, a TV 247 produzirá um documentário a respeito do caso, que pode ser apoiado neste link.

O projeto

No início de 2023, os brasileiros foram surpreendidos pela maior fraude contábil da história do Brasil: a maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas, empresa varejista controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do País.

A fraude foi surpreendente porque atingiu em cheio três personagens cultuados pelo jornalismo econômico como "heróis" do capitalismo brasileiro, que são também controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobrás, realizado na calada da noite. Inexplicavelmente, a fraude também não foi captada pelos auditores da PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo.

O escândalo culminou com um calote bilionário nos credores, que terá como consequência maiores restrições no mercado de crédito privado, com repercussões negativas no crescimento econômico. Além disso, os funcionários perderam seus empregos, dezenas de milhares de investidores viram seus recursos virarem pó e mais de mil fundos de investimento, até mesmo de renda fixa, foram negativamente afetados.

Para completar a catástrofe, os controladores se negaram a capitalizar a empresa, mesmo depois de terem recebido, durante vários anos, dividendos sobre lucros forjados. Além de fraude aos credores, o caso também tem indícios de fraude tributária. E os donos da empresa, que são os principais propagadores da tese da "meritocracia", com forte influência na agenda pública, ostentam um estilo de vida luxuoso, com bens como iates, helicópteros e jatinhos de altíssimo luxo.

Para realizar este projeto, a TV 247, que tem hoje praticamente 1,2 milhões de inscritos em seu canal e um histórico de diversos documentários bem-sucedidos, irá entrevistar investidores, funcionários, fornecedores das Americanas, assim como autoridades incumbidadas de regular e fiscalizar o mercado de capitais. Entre os profissionais da TV 247, estão nomes consagrados do jornalismo profissional brasileiro, como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Luís Costa Pinto, Helena Chagas, Tereza Cruvinel, Joaquim de Carvalho, Hildegard Angel e Mario Vitor Santos.

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Fonte:https://www.brasil247.com/economia/foi-para-criar-lucro-artificial-e-aumentar-dividendo-diz-ex-socio-de-lemann-sobre-maquiagem-nos-balancos-da-americanas

16 janeiro 2023

Anderson Torres se sente abandonado e pode entregar Bolsonaro em depoimento

16.01.2023
Do portal BRASIL247

Aumentam as chances de possível delação em depoimento do ex-ministro bolsonarista à Polícia Federal

247 - O ex-ministro bolsonarista Anderson Torres, preso no sábado (14) em Brasília, está se sentindo abandonado por Jair Bolsonaro (PL) e isso  "'aumentaria as chances de uma possível delação" em seu depoimento à Polícia Federall  - ainda sem data definida. A informação é do comentarista Gerson Camarotti, da Globo.

"A preocupação maior desse núcleo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro é que já há recados de que Anderson Torres está se sentindo abandonado. Então ninguém sabe ao certo já nesse primeiro momento como vai ser o comportamento de Torres", diz o comentarista.

Além de ser acusado de omissão em relação aos atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no dia 8 de janeiro (quando ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal), também foi encontrada na casa de Torres, pela Polícia Federal, uma minuta golpista que decretaria estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral para alterar o resultado da eleição presidencial de 2022.

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Fonte:https://www.brasil247.com/brasil/anderson-torres-se-sente-abandonado-e-pode-entregar-bolsonaro-em-depoimento

PF faz operação contra suspeitos de liderar e financiar ato terrorista em Brasília

16.01.2023

Do portal METRÓPOLES

Por Jéssica Eufrásio/Carlos Carone/Mirelle Pinheiro

Equipes cumprem três mandados de prisão temporária, além de cinco de busca e apreensão. Ordens partiram da Justiça Federal no Rio de Janeiro

MetrópolesMatheus Veloso/Metrópoles

Manifestantes bolsonaristas invadem a Esplanada dos Ministérios e promovem atos de vandalismo e terrorismo em prédios públicos. 

Na imagem, eles invadem Congresso Nacional e destroem parte inferior do gramado, entrando em confronto com a polícia.

A Polícia Federal (PF) deflagrou operação, na manhã desta segunda-feira (16/1), para prender três pessoas suspeitas de liderar e financiar atos terroristas praticados por extremistas após o resultado do segundo turno das eleições de 2022 — inclusive o do último dia 8, contra as sedes dos Três Poderes.

A Operação Ulysses foi deflagrada no Rio de Janeiro, e os alvos não tiveram os nomes divulgados. Até o momento, a PF prendeu um deles e apreendeu celulares, computadores e documentos.

Os policiais cumprem três mandados de prisão temporária, bem como cinco de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no Rio de Janeiro.

Corporação cumpre três mandados de prisão, além de cinco de busca e apreensão.Divulgação/PF

Polícia Federal deflagra Operação Ulysses contra investigados por atos bolsonaristas.

Posteriormente, os investigadores conseguiram provas capazes de vincular os suspeitos à organização e liderança dos eventos.

Com o cumprimento dos mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (16/1), os policiais pretendem identificar outros envolvidos nas ações terroristas.

Os alvos podem responder pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os Poderes institucionais.

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Fonte:https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/pf-faz-operacao-contra-suspeitos-de-liderar-e-financiar-ato-terrorista-em-brasilia

02 janeiro 2023

Ministra da Gestão assume cargo e promete reforma administrativa

 02.01.2023

Do porta da AGÊNCIA BRASIL, 00.01.23

Por  Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Esther Dweck defende rediscussão de governança das estatais

A economista Esther Dweck assumiu hoje (2) à tarde o recém-criado Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos prometendo uma reforma administrativa para melhorar a estrutura de carreiras e melhorar o atendimento à população. Na cerimônia de posse, Esther também defendeu a rediscussão da governança das empresas estatais e anunciou a abertura de uma mesa permanente de negociação com os servidores públicos.

Segundo a ministra, uma boa reforma administrativa resultará no aumento da eficiência do Estado. “Com esse objetivo, também vamos criar o escritório de projetos de inovação na gestão e parcerias com a Enap [Escola Nacional de Administração Pública] e o Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada]. É algo que já existe, mas que vamos incentivar para que facilite a troca de experiências adquiridas”, declarou Esther Dweck ao assumir o cargo.

A proposta de reforma administrativa seria elaborada pela Secretaria Extraordinária de Transformação do Estado, cujo ocupante, segundo a ministra, será anunciado na próxima semana, com o restante da equipe. Hoje, a ministra anunciou a servidora Cristina Kiomi Mori como secretária executiva da pasta e Cilair Abreu como secretário de Gestão Corporativa.

Experiências

A ministra disse que pretende aproveitar experiências “interessantes” do governo anterior e trabalhar para fazer as iniciativas “ganharem escala”. Entre as medidas anunciadas, está o reforço da Central de Compras do Governo Federal como instrumento de inovação no serviço público e de compartilhamento de compras e de serviços administrativos.

“[A Central de Compras] tem uma função estratégica, inclusive como instrumento de política industrial e inovação tecnológica”, declarou. Esther Dweck também disse que pretende ampliar o compartilhamento de serviços para maior eficiência e foco na prestação de serviços públicos.

Outro ponto anunciado pela ministra é a criação de uma plataforma digital de participação social, que seria uma evolução do fornecimento de serviços públicos digitais por meio do Portal Gov.br. “Temos o desafio de criar e fortalecer a plataforma digital de participação social, além de promover soluções tecnológicas centralizadas, segundo as necessidades dos órgãos públicos para uma transformação digital dos serviços prestados pelo governo federal à população”, destacou.

Estatais

O novo ministério ficará com a Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais (Sest), que era vinculada à Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados no governo anterior. Esther Dweck defendeu a rediscussão da governança de empresas estatais para melhorar a execução de políticas públicas. A pasta terá direito a indicar um membro do conselho de administração das principais estatais federais.

Secretária de Orçamento Federal em 2015 e 2016 e chefe da Assessoria Econômica do governo Dilma Rousseff, a ministra criticou o teto de gastos e a privatização de estatais e se pôs à disposição para ajudar na discussão de uma nova regra fiscal, que deverá ser enviada ao Congresso Nacional até agosto.

“Contribuirei, naquilo que me compete, com os ministros [da Fazenda] Fernando Haddad e com a ministra [do Planejamento] Simone Tebet na formulação de um arcabouço que garanta responsabilidade fiscal e social, transparência e previsibilidade”, afirmou. No Gabinete de Transição para o atual governo, ela participou do grupo de Planejamento, Orçamento e Gestão.

A cerimônia teve a presença de várias autoridades, como a ex-presidente Dilma Rousseff, o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Nelson Barbosa, e a secretária executiva da Casa Civil, ex-ministra do Planejamento e ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior. A futura ministra do Planejamento, Simone Tebet, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também participaram da solenidade.

Edição: Nádia Franco

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Fonte:https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-01/ministra-da-gestao-assume-cargo-e-promete-reforma-administrativa

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