28 novembro 2024

Os Sofistas e Sócrates: Um Contraste Dialético na Busca pela Verdade

28.11.2024


A Grécia Antiga, berço da filosofia ocidental, fervilhava com ideias e debates no século V a.C. Nesse cenário vibrante, emergiram os sofistas, mestres da retórica e da argumentação, que se propunham a ensinar a arte da persuasão e do sucesso na vida pública.  Paralelamente, surgia Sócrates, figura enigmática e questionadora, cuja busca incansável pela verdade contrastava fortemente com a abordagem pragmática dos sofistas. A relação entre Sócrates e os sofistas, marcada por divergências fundamentais, foi crucial para o desenvolvimento do pensamento filosófico ocidental.

Os sofistas, itinerantes e pagos por seus ensinamentos, valorizavam a habilidade de argumentar, independentemente da veracidade das premissas.  Para eles, a verdade era relativa e subjetiva, moldada pelo contexto e pelos interesses de cada indivíduo.  Protágoras, um dos mais renomados sofistas, afirmava que "o homem é a medida de todas as coisas", sugerindo que não existe uma verdade universal, mas sim múltiplas perspectivas.  Essa visão relativista e pragmática se chocava frontalmente com a busca socrática por verdades absolutas e imutáveis.

Sócrates, ao contrário dos sofistas, não se interessava pela retórica como instrumento de persuasão, mas sim como meio de alcançar o conhecimento verdadeiro.  Ele acreditava na existência de uma verdade objetiva, acessível através do diálogo e da reflexão.  Seu método, conhecido como maiêutica, consistia em questionar seus interlocutores, expondo as contradições e inconsistências em seus argumentos, levando-os a "dar à luz" o conhecimento que já residia em suas almas.  Sócrates não se considerava um mestre que detinha o saber, mas um "parteiro" de ideias, auxiliando na descoberta da verdade.

A crítica socrática aos sofistas se concentrava na sua ênfase na retórica vazia e na manipulação da linguagem.  Ele os acusava de se preocuparem mais com a aparência do conhecimento do que com sua essência, priorizando o sucesso pessoal em detrimento da busca pela verdade.  Para Sócrates, a verdadeira sabedoria residia na consciência da própria ignorância, enquanto os sofistas, na sua visão, se iludiam com a falsa crença de que detinham todas as respostas.

Apesar das divergências, a relação entre Sócrates e os sofistas não foram meramente antagônica. O constante debate e confronto de ideias entre eles contribuiu para o desenvolvimento da filosofia como um campo de investigação rigoroso e sistemático.  Os sofistas, com sua ênfase na argumentação e na retórica, desempenharam um papel importante na democratização do conhecimento, tornando-o acessível a um público mais amplo.  Sócrates, por sua vez, com sua busca incansável pela verdade e seu método dialético, lançou as bases para o desenvolvimento da ética e da epistemologia ocidentais.

Em suma, a relação entre Sócrates e os sofistas representa um capítulo fundamental na história da filosofia. O contraste entre a retórica pragmática dos sofistas e a busca socrática pela verdade ilustra a complexidade do pensamento grego no século V a.C. e a emergência da filosofia como uma disciplina dedicada à investigação crítica e à busca pelo conhecimento verdadeiro. A tensão dialética entre essas duas correntes de pensamento legou um rico legado para a posteridade, influenciando o desenvolvimento da filosofia ocidental até os dias atuais.

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27 novembro 2024

Narrativa golpista levou ao 8 de janeiro e atentado a bomba, diz PF

27.11.2024
Por André Richter - Repórter da Agência Brasil 

Difusão de ataques contra a democracia alimentou radicalismo 


A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro propiciou o recente atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. 

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Na avaliação dos investigadores responsáveis pela conclusão do inquérito, a difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas mantiveram o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe que teria sido planejado pelo ex-presidente e seus aliados, mas não foi aplicado pela falta de adesão do Exército e da Aeronáutica. 

"Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado democrático de direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília", diz a PF.

Além do atentado do dia 13 deste mês e os atos de 8 de janeiro, a PF citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, ocorrida em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; e a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro daquele ano.

Bolsonaro

No relatório, os investigadores afirmam ainda que Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022.

"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz o relatório.

Segundo a PF,  Bolsonaro tinha conhecimento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano elaborado pelos indiciados com o objetivo de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Tanques

Conforme a PF, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro. 

O plano de golpe de Estado não foi consumado por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

"Lula não sobe a rampa"

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”. 

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

O material foi apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

PGR

Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.
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Fonte:https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-11/narrativa-golpista-levou-atos-do-8-de-janeiro-e-atentado-bomba-diz-pf

22 novembro 2024

A poucos passos dos golpistas

22.11.2024
Do portal O BASTIDOR, 20.11.24
Por Samuel Nunes/samuel.nunes@obastidor.com.br


A prisão do general da reserva Mário Fernandes na operação Contragolpe deixa claro o objetivo da Polícia Federal de encontrar uma ligação direta entre a cúpula golpista instalada no governo de Jair Bolsonaro e os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, em Brasília.

Até o momento, os materiais divulgados na atual operação e na anterior, Tempus Veritatis, apontam que militares da alta cúpula tramaram um golpe de estado para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin assumissem e manter Bolsonaro no poder. Mas ainda há lacunas nos dois casos.

A principal dúvida é sobre a real participação de Bolsonaro no esquema golpista. Segundo os indícios levantados até o momento, a minuta de um decreto para melar as eleições e manter Bolsonaro no cargo. No material da Tempus Veritatis, a Polícia Federal constatou que membros do alto escalão do Palácio do Planalto tiveram acesso a essa minuta, ajudaram a redigi-la e a discutiram com Bolsonaro em reuniões.

Na operação Contragolpe, o plano revelado ia além da minuta golpista. A ideia seria assassinar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

O general da reserva Mário Fernandes pode ser uma peça fundamental para ligar os dois primeiros casos com os atos do 8 de janeiro. Segundo a investigação, ele atuava como uma espécie de interlocutor entre a cúpula do Palácio do Planalto e os manifestantes que acamparam por quase três meses em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

O general frequentava o acampamento. Nas visitas, ouvia reclamações dos manifestantes e as repassava ao governo. O relatório da PF diz que ele atuava como provedor material e financeiro e dava orientações aos acampados.

Os policiais encontraram mensagens enviadas a Fernandes por Rodrigo Ikezili, marido de Klio Damião Hirano, bolsonarista presa na operação Nero, que investigou suspeitos de promover a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, em dezembro de 2022, dia em que Lula e Alckmin eram diplomados no Tribunal Superior Eleitoral. Nas mensagens, Ikezili pedia a Fernandes orientações e ajuda para resolver questões burocráticas dos manifestantes.

Há indícios de que Fernandes tinha influência sobre outros grupos de manifestantes. Um áudio captado pela Polícia Federal mostra um manifestante de São Paulo reclamando sobre a demora de Bolsonaro em dar o golpe de estado e sobre como isso estava desanimando os participantes do movimento.

Além da prisão, Fernandes foi alvo de busca e apreensão. Os investigadores pretendem com isso descobrir se havia ligação entre o Palácio do Planalto e o 8 de janeiro.



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Fonte:https://www.intercept.com.br/2024/11/16/tio-franca-terrorismo-bolsonarista/

Abordagem holística e imunização assumem protagonismo na saúde do idoso diante do envelhecimento populacional

22.11.2024
Do portal FUTURO DA SAÚDE,22.11.24 
Por Isabelle Manzini/GSK

Imunossenescência torna sistema imunológico de pessoas mais velhas mais suscetível a infecções e potencializa complicações e sequelas a longo prazo


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo deve atingir 1,4 bilhão até 2030.1 Hoje, o desafio dos países é conciliar um envelhecimento acelerado com uma longevidade saudável através do incentivo à prática de exercícios físicos, melhor alimentação, qualidade do sono, etc. Neste cenário, a abordagem holística na saúde, que foca na prevenção e promoção de saúde, e a imunização têm assumido protagonismo nos cuidados da saúde do idoso.2,3

Conceitos como imunossenescência – processo de envelhecimento natural do sistema imunológico – ganham destaque, assim como o crescimento do diálogo e das pesquisas sobre as consequências de infecções que, nesta fase da vida, aumentam o risco de complicações e sequelas que impactam na qualidade de vida da pessoa idosa.4

Por isso, para evitar a sobrecarga e o aumento da onerosidade para os sistemas de saúde, promover a conscientização sobre a importância de uma carteira de vacinação atualizada depois dos 60 anos é fundamental. E nesse movimento, o desenvolvimento de novas vacinas, desenhadas especialmente para esse público, é uma estratégia de saúde global ainda mais importante.5

Imunossenescência

Parte do processo natural do envelhecimento, a imunossenescência consiste no enfraquecimento do sistema imune, o que impacta a maneira como o organismo reage diante de agentes patogênicos, como vírus e bactérias. Isso acontece devido a uma série de alterações nessa fase da vida, como a queda da produção de algumas células imunes, como os linfócitos T, e o comprometimento da ação desse grupo de células.4

“É um processo fisiológico normal onde o banco imunológico vai perdendo sua capacidade  não apenas no combate a infecções, mas também de responder a vacinas. Esse é um motivo pelo qual, hoje, as vacinas para idosos têm sido preferencialmente mais potentes, ou seja, vacinas que possam dar um estímulo maior para que se tenha uma melhor proteção”, explica  Maisa Kairalla, médica geriatra e presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria (SBGG).

De acordo com Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), um dos fatores para o aumento do perigo ao contrair uma infecção na terceira idade é a descompensação de doenças de base como diabetes e condições cardiopulmonares, já que a preexistência de doenças crônicas é comum nesta faixa etária.

“O paciente que já tem essas doenças crônicas, que estão controladas, como doenças cardíacas, pulmonares ou diabetes, frente a um processo infeccioso, entram em descompensação da doença de base, o que pode elevar as consequências”, detalha Levi.

Em idosos, especialmente aqueles em idade avançada, que possuem comorbidades como doenças cardiovasculares, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica e disfunções renais ou hepáticas é comum que as doenças infecciosas sejam mais graves.5 Com isso, aumenta o risco de internações prolongadas, que podem somar mais sequelas a longo prazo, como salienta Kairalla: “Essas internações prolongadas resultam na perda muscular e sarcopenia, que pode provocar uma alteração na pressão arterial. Há ainda aquelas que provocam dificuldade respiratória, exigindo a intubação e a internação na UTI.”

Herpes zoster e VSR na mira
O herpes zoster é um exemplo de infecção que pode deixar sequelas que prejudicam  substancialmente a qualidade de vida de pessoas com a imunidade comprometida ou  fragilizada, como é o caso de pessoas mais velhas, que estão passando pela imunossenescência.6

“Temos complicações da neuralgia pós-herpética, a principal delas, que é aquela dor que  permanece depois da fase aguda da doença e que pode ser um divisor de águas na vida do idoso. É uma complicação que quanto maior a idade, mais frequente. Além de complicações como alterações neurológicas e cardiovasculares, não estamos falando apenas de dor”, ressalta Kairalla.

Outro exemplo é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) que é um vírus altamente contagioso muito conhecido por causar bronquiolite em crianças pequenas, mas também pode provocar  quadros graves em adultos mais velhos, como pneumonia e síndrome respiratória aguda grave.7,8 De acordo com Levi, na pandemia os especialistas começaram a notar a presença do vírus em idosos diagnosticados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com a aplicação do “teste quadruplex”, que avalia a presença dos vírus SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.

“Esse teste passou a ser aplicado aqui no Brasil durante a pandemia nos quadros graves, em pessoas internadas com Covid-19 com insuficiência respiratória. E foi uma surpresa, porque até então a gente não sabia do enorme número de casos que foi encontrado em adultos idosos, sendo inclusive mais frequente do que o SARS-CoV-2”, relata Levi.

Ela explica que o vírus está associado as doenças do trato respiratório inferior, afetando os pulmões, o que provoca a insuficiência respiratória. Assim como os bebês – que são vulneráveis porque ainda não desenvolveram por completo o sistema imunológico –, os idosos também passaram a ser considerados parte do grupo vulnerável para o VSR. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), órgão norte-americano, casos agravados de VSR podem piorar condições preexistentes como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência cardíaca.8

Prevenção e imunização no centro do debate

Diante do risco de complicações e sequelas provocadas por diferentes infecções na população mais velha, a imunização é vista como uma das principais estratégias de prevenção, de acordo com ambas as especialistas. Segundo elas, medidas como boa alimentação, prática de atividades físicas e cuidados gerais com a saúde também são importantes para uma longevidade com qualidade de vida, mas os hábitos não são suficientes isoladamente para prevenir as infecções.

“A vacina faz parte das medidas de prevenção, porque a gente sabe que tudo isso pode ir por  água abaixo se ela tiver uma dessas infecções. Se esse idoso tiver herpes zoster e desenvolver neuralgia pós-herpética (NPH), por exemplo, não adianta ele ter se alimentado bem ou feito um check-up cardiológico, ele vai ficar acamado e vai ter todo o ônus dessa doença por conta de uma não vacinação. Então, a imunização tem que ser parte dos cuidados com envelhecimento saudável”, defende a presidente da SBIm.

Kairalla ressalta também que, embora seja difícil estabelecer a custo-efetividade exata das vacinas, o próprio histórico do Programa Nacional de Imunização (PNI)9 de queda da  mortalidade infantil e relação com o aumento da expectativa de vida mostra a importância da imunização.

“É preciso levar em consideração que a não vacinação pode aumentar o risco de hospitalizações, internações, piora funcional do paciente, necessidade de reabilitação e  fisioterapia, comprometimento da autonomia e necessidade de um cuidador. São situações que encarecem muito o tratamento e nem sempre entram na conta. Vacina é vida, e vida não tem preço, principalmente quando falamos em um envelhecimento saudável”, pontua Kairalla.

Estratégias para o futuro

A vacinação de adultos e idosos enfrenta alguns desafios particulares, como a própria  conscientização e a falta de conhecimento sobre o calendário de vacinação para estas faixas  etárias.10 No site da SBGG, é possível encontrar as recomendações completas com sinalização de quais estão disponíveis no SUS, doses necessárias e idade indicada. No entanto, é fundamental buscar o aconselhamento de um profissional de saúde para mais informações sobre seu calendário vacinal. Levi aponta que é necessário pensar em campanhas de vacinação voltadas para essas populações, semelhante ao que já acontece com a vacina contra a gripe, por exemplo.11

“É preciso ter campanhas que pensem no idoso, assim como já acontece com aquelas voltadas para crianças, adolescentes e gestantes. E essa comunicação tem que ser customizada, estar onde essa população está. Isso é responsabilidade de todos os entes, como as diferentes esferas do governo, e dos próprios profissionais de saúde, que devem abordar a imunização nas consultas de rotina”, diz Levi.

Facilitar o acesso à vacina também é um ponto de atenção, como ressalta Kairalla: “Não adianta você ter um idoso em casa que não consegue ir até o posto de saúde, ou que depende de um cuidador que está disponível apenas na parte da noite e a Unidade Básica de Saúde só funciona durante o dia. Temos que discutir estratégias facilitadoras”, conclui.
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Fonte:https://futurodasaude.com.br/imunizacao-saude-do-idoso-brd-gsk/

21 novembro 2024

Associação Brasileira de Imprensa pede punição a golpistas

21.11.2024

Nação exige prisão de envolvidos na conspiração palaciana, diz ABI


A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em nota intitulada “Em defesa da democracia: ABI exige prisão de todos os golpistas”, defendeu a rigorosa punição de todos os militares das Forças Armadas, envolvidos na tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revelada ontem durante execução de mandados de prisão de quatro militares e um policial federal pela Polícia Federal.

Conforme o comunicado da ABI, “diante da ameaça ao Estado Democrático de Direito, a Nação exige a prisão de todos os envolvidos na conspiração palaciana, seja qual for a patente ou o cargo”.

O documento cita as revelações descobertas de mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, vazamentos de vídeos com declarações “inequívocas” dos generais e almirantes “acólitos” o então chefe de governo, Jair Bolsonaro, assim como afirmar que o episódio do 8 de janeiro de 2023 “foi apenas a parte visível de um projeto de se perpetuar no poder a qualquer custo”.

A nota também critica e contradita a postura do senador Flávio Bolsonaro, “de que não há crime quando o plano de assassinato não se concretiza, esquecendo que, sim, é crime planificar assassinatos e golpes de Estado contra instituições republicanas”.

Assinada pelo presidente da ABI, Octávio Costa, a nota finaliza: “É neste contexto que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entidade que teve marcante participação na resistência ao regime ditatorial surgido do golpe de 1964 contra o governo João Goulart, vem se somar às manifestações pelo fim da leniência com que vem sendo tratada essa facção criminosa das Forças Armadas, de seus financiadores e apoiadores na sociedade civil. As punições já aplicadas aos que participaram dos atos de vandalismo no 8 de janeiro têm que ser estendidas aos verdadeiros mandantes desses atos. Diante da ameaça ao Estado Democrático de Direito, a Nação exige a prisão de todos os envolvidos na conspiração palaciana, seja qual for a patente ou cargo. Sem anistia para golpistas! Democracia sempre!”.

Redes Sociais

A ABI, em nota conjunta com o Instituto dos Advogados Brasileiros, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Federação Nacional dos Jornalistas, o Instituto Vladimir Hezog e a Comissão Arns, divulgou anteontem (18) um manifesto pela regulamentação das plataformas digitais no país. O documento foi encaminhado ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e aos líderes dos partidos na Câmara e no Senado.

Conforme o documento, o objetivo com a regulamentação é “proteger a democracia, combater o discurso de ódio e a desinformação e, ainda, proteger crianças e adolescentes”. A nota aponta que a recente campanha eleitoral presenciou uma intensificação de Fake News, comprometendo o debate democrático.
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Fonte:https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-11/associacao-brasileira-de-imprensa-pede-punicao-golpistas

Em áudio, general afirmou que Bolsonaro deu aval para golpe até 31/12

21.11.2024
Do portal da AGÊNCIA BRASIL, 19.11.24
Por André Richter - Repórter da Agência Brasil

General relatou conversa a Mauro Cid, auxiliar de Bolsonaro André Richter - Repórter da Agência Brasil 


O general da reserva Mário Fernandes (foto), um dos presos na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para um plano golpista até 31 de dezembro de 2022.

A conversa consta no relatório de inteligência da operação, deflagrada nesta terça-feira (19) para prender cinco militares que pretendiam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin, eleitos em outubro de 2022. 

No áudio enviado a Mauro Cid, Fernandes disse ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que o ex-presidente teria dito a ele que a "ação" poderia ocorrer até o último dia do mandato.

“Cid, boa noite. Meu amigo, antes de mais nada me desculpa estar te incomodando tanto no dia de hoje. Mas, porra, a gente não pode perder oportunidade. São duas coisas. A primeira, durante a conversa que tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades", disse Fernandes.

Durante o governo Bolsonaro, o general ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República e foi responsável, segundo a PF, pela elaboração do arquivo de Word intitulado "Punhal Verde e Amarelo", com planejamento "voltado ao sequestro ou homicídio" do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de Lula e Alckmin. 

Segundo a PF, o documento foi impresso no Palácio do Planalto e levado para o Palácio da Alvorada, residência oficial de Jair Bolsonaro. O ex-presidente não é citado no caso como investigado.

"A investigação, mediante diligências probatórias, identificou que o documento contendo o planejamento operacional denominado Punhal Verde Amarelo foi impresso pelo investigado Mário Fernandes no Palácio do Planalto, no dia 09/11/2022 e, posteriormente, levado até o Palácio do Alvorada, local de residência do presidente da República, Jair Bolsonaro", completou a PF.

Outro lado

O ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal. Pelas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que "pensar em matar alguém não é crime".

"Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido. Sou autor do projeto de lei 2109/2023, que criminaliza ato preparatório de crime que implique lesão ou morte de 3, ou mais pessoas, pois hoje isso simplesmente não é crime. Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas", declarou.

A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do general da reserva Mário Fernandes. O espaço está aberto para manifestação. 

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Fonte:https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-11/em-audio-general-afirmou-que-bolsonaro-deu-aval-para-golpe-ate-3112

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as práticas de ESG nas operadoras de saúde no Brasil

21.11.2024

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 como uma agenda global para enfrentar os desafios sociais, econômicos e ambientais do mundo. Estes 17 objetivos visam promover o desenvolvimento sustentável e incluir metas como erradicar a pobreza, garantir acesso à saúde de qualidade, educação de qualidade, igualdade de gênero, entre outros. No contexto brasileiro, a implementação dos ODS tem impactado diversas áreas, incluindo o setor de saúde e as operadoras de saúde. 

A relação entre os ODS e a implementação do Meio Ambiente, Social e Governança (ESG) nas operadoras de saúde no Brasil é fundamental para garantir a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, social e corporativa dessas empresas.   O ESG refere-se aos critérios ambientais, sociais e de governança que as empresas devem adotar em suas práticas operacionais. Ao relacionar os ODS com a implementação do ESG, as operadoras de saúde podem contribuir de forma significativa para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável, além de melhorar sua imagem institucional e atrair investimentos socialmente responsáveis. 

No Brasil, a implementação do ESG nas operadoras de saúde tem sido impulsionada por diversos atores, incluindo organizações da sociedade civil, governos, academia e setor privado.   Figuras-chave nesse processo incluem empresários, líderes políticos, profissionais de saúde e especialistas em sustentabilidade. Por exemplo, as grandes empresas do setor de saúde têm práticas adotadas sustentáveis ​​em suas operações, como a redução do uso de plástico, a promoção da diversidade e inclusão no ambiente de trabalho, e a implementação de programas de responsabilidade social. 


Por outro lado, a implementação do ESG nas operadoras de saúde no Brasil também enfrentou desafios, como a resistência de algumas empresas em adotar práticas sustentáveis, a falta de responsabilização e transparência em suas operações, e a falta de incentivos governamentais para a promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, a complexidade e os altos custos de implementação das práticas ESG também representam obstáculos para muitas operadoras de saúde, especialmente as de menor porte. 

No entanto, apesar dos desafios, a implementação do ESG nas operadoras de saúde no Brasil tem o potencial de gerar resultados positivos, tanto para as empresas quanto para a sociedade na totalidade.   Ao adotar práticas sustentáveis, as operadoras de saúde podem reduzir seus impactos ambientais, melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores e pacientes, fortalecer a relação com a comunidade e aumentar sua competitividade no mercado. No futuro, esperamos que a implementação do ESG nas operadoras de saúde no Brasil se intensifique, com mais empresas adotando práticas sustentáveis ​​e transparentes em suas operações.   

O envolvimento das partes interessadas, a regulação governamental e a conscientização da sociedade sobre a importância do desenvolvimento sustentável também serão fundamentais para a reflexão dessa transformação. Por fim, a integração dos ODS e do ESG nas estratégias de negócio das operadoras de saúde não apenas contribuirá para o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável, mas também promoverá a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos.  

Saiba Mais: 

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19 novembro 2024

Lula no G20: “Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”

19.11.2024
Do portal da AGÊNCIA GOV
Por Agência Gov | Via Planalto

No encerramento da Cúpula do G20, presidente brasileiro faz um balanço dos avanços construídos no último ano e transmite a presidência do grupo à África do Sul 


A Cúpula dos Líderes do G20, no Rio de Janeiro, foi encerrada nesta terça-feira (19/11), em cerimônia que representou o encerramento das atividades da presidência brasileira e a transmissão simbólica do comando do grupo para a África do Sul. Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço dos avanços alcançados nos últimos meses, com mais de 140 reuniões em 15 cidades brasileiras. Enfatizou o legado deixado pela liderança brasileira e apontou para os múltiplos desafios à frente.

“Lançamos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciamos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos. Colocamos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovamos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia. Fizemos um Chamado à Ação por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e dialogamos com a sociedade por meio do G20 Social”, elencou Lula, ao apresentar algumas das prioridades da presidência brasileira do G20. Muitas delas foram consolidadas na Declaração Final do G20, publicada em consenso dos líderes na noite de segunda-feira. ”Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar”, completou.

PRIMEIRA VEZ — Oficialmente, a presidência sul-africana terá início em 1º de dezembro. Será a primeira vez que o continente africano receberá o grupo das maiores economias do mundo — composto por 19 países, União Europeia e União Africana – e o quarto ano consecutivo em que a liderança do G20 caberá a países em desenvolvimento: Indonésia, Índia, Brasil e, agora, África do Sul. Países que, como lembrou Lula, trazem à mesa perspectivas que interessam à vasta maioria da população mundial.

CONEXÃO - Para o presidente brasileiro, a “passagem de bastão” reforça uma conexão simbólica e conceitual entre América Latina e África. “Esta não é uma transmissão de presidência comum. É a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África. Desejo ao companheiro Cyril Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar”, disse Lula. “Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, finalizou o presidente brasileiro.
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Fonte:https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202411/lula-201cvamos-seguir-construindo-um-mundo-justo-e-um-planeta-sustentavel201d

12 novembro 2024

Mourão defende benefícios para militares e critica aumento do salário mínimo e aposentadoria dos trabalhadores

12.11.2024

Do portal BRASIL247

Enquanto militares contam com diferentes tipos de pensão e indenização ao passarem para a reserva, senador critica aumento real dado aos trabalhadores

247 - O senador e general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se manifestou contra a política do governo Lula (PT) que prevê o aumento real do salário-mínimo - e das aposentadorias vinculadas a ele -, afirmando que a medida “estoura mais ainda as contas da Previdência Social”. Para Mourão, o ajuste fiscal que envolve cortes de gastos públicos deveria, em sua visão, considerar o Sistema de Proteção Social dos Militares de forma separada, evitando o que ele considera uma tentativa de transformá-lo em "vilão". "O governo Lula estoura mais ainda as contas da Previdência Social ao conceder aumento real para o salário-mínimo, que não é mínimo. Agora resolve querer atacar o Sistema de Proteção Social dos militares, querendo apresentá-lo como o vilão dessa estória", declarou Mourão pelo X, antigo Twitter.

No contexto do ajuste fiscal, o presidente Lula (PT) convocou o Ministério da Defesa para participar das negociações de contenção de gastos. A pasta, que reúne Exército, Marinha e Aeronáutica, integra agora a equipe que, ao lado do Ministério da Fazenda, discute medidas para reduzir o déficit nas contas públicas. A inclusão do Ministério da Defesa no pacote de ajustes foi oficializada após um encontro de Lula com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), que já havia sinalizado em junho a possibilidade de incluir a previdência militar nas medidas de controle de despesas.

A pressão para reavaliar os gastos previdenciários dos militares é sustentada por um aumento expressivo nos custos com os inativos das Forças Armadas. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o valor destinado aos militares aposentados saltou de R$ 31,85 bilhões em 2014 para R$ 58,8 bilhões em 2023, um crescimento de 84,6% em menos de uma década. A projeção de déficit no regime militar também aumentou substancialmente, passando de R$ 29,51 bilhões para R$ 49,73 bilhões no mesmo período. Enquanto isso, o senador defende que os militares mantenham seus benefícios previdenciários diferenciados enquanto trabalhadores e aposentadores da sociedade civil tenham seus vencimentos limitados ao avanço da inflação.

Os ajustes no sistema previdenciário militar enfrentam forte resistência entre as Forças Armadas e seus representantes no Congresso. Oficiais de alta patente alegam que qualquer reforma no sistema de proteção dos militares deveria ser analisada no contexto de uma reforma previdenciária mais ampla, algo que não faz parte das prioridades do governo neste momento. Além disso, parlamentares mostram pouco entusiasmo para enfrentar um tema que, historicamente, gera polêmica e mobilização das Forças Armadas.

O Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas passou por uma reforma em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, houve reestruturação das carreiras militares, com aumento do tempo de serviço e da alíquota de contribuição. Essa reforma também ampliou os benefícios, como a indenização paga quando o militar passa para a reserva, elevando de quatro para oito o número de vencimentos recebidos nesse processo. Agora, o governo avalia retornar ao modelo anterior, com quatro vencimentos ou, possivelmente, até menos.

Outra questão em análise é a pensão paga às filhas solteiras de militares. Embora o benefício tenha sido extinto em 2001, ele foi mantido para militares que ingressaram até o ano 2000. Estuda-se a possibilidade de eliminar a continuidade desse benefício para militares admitidos antes de 2001. A pensão de morte ficta — concedida à mulher de um militar quando ele é expulso por conduta irregular — também pode ser revisada, com a possibilidade de extinção.

O TCU aponta que os militares arrecadam aproximadamente R$ 9,1 bilhões para o sistema de proteção social da categoria, enquanto o gasto total com benefícios é estimado em R$ 58,8 bilhões. O órgão defende uma reforma no sistema de Previdência dos militares para contribuir com o equilíbrio das contas públicas. Entre os militares, há uma postura de negociação cautelosa: aceitam mudanças que contribuam para o ajuste fiscal, mas defendem que o essencial do sistema seja preservado.

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Fonte:https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/mourao-defende-beneficios-para-militares-e-critica-aumento-do-salario-minimo-e-aposentadoria-dos-trabalhadores?utm_source=taboola&utm_medium=taboola-push

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