18.08.2025
Do portal DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
Publicado por Sofia Carnavalli, no DCM
Um levantamento da Folha de S.Paulo em decisões da Justiça do Trabalho revelou que empresas de diferentes estados foram condenadas por assédio eleitoral durante a campanha presidencial de 2022, em apoio a Jair Bolsonaro (PL). As práticas variaram de intimidações e ameaças de demissão a promessas de benefícios como folgas, auxílios e até distribuição de pernil.
A prática, que remete ao chamado “voto de cabresto” da República Velha, foi alvo de dezenas de processos judiciais. A reportagem analisou 30 sentenças recentes em que companhias foram responsabilizadas por pressionar funcionários a apoiar Bolsonaro. Em muitos casos, a conduta incluía coação direta e discursos de que uma eventual vitória de Lula (PT) traria desemprego e fechamento de empresas.
á no Espírito Santo, a Febracis associou a eleição a uma “guerra espiritual”, dizendo que Bolsonaro era “enviado de Deus” e Lula, o “Diabo”. Em Betim (MG), o Frigorífico Serradão distribuiu camisetas amarelas com o slogan bolsonarista e prometeu pernil para quem comprovasse o voto.
O Ministério Público do Trabalho registrou 3.145 denúncias de assédio eleitoral em 2022, número considerado apenas a “ponta do iceberg” diante do medo de retaliação. A procuradoria firmou 560 termos de ajuste de conduta e moveu 105 ações civis públicas. Entre elas, a da SLC Agrícola (PI), condenada a pagar R$ 100 mil após impor escala de trabalho atípica no segundo turno, impedindo dezenas de funcionários de votarem em um estado onde Lula havia vencido com 74% dos votos no primeiro turno.
Para especialistas, como a professora Eneida Desiree Salgado, da UFPR, ao veículo, o fenômeno evidencia um risco democrático: “Assim como o voto de cabresto na Primeira República, o assédio eleitoral coloca em xeque não só a liberdade individual, mas a lisura do sistema eleitoral como um todo.”
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Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/de-ameacas-a-pernil-voto-de-cabresto-marcou-pressao-por-bolsonaro-em-2022/
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