03.05.2023
Postado por Irineu Messias
Razão Clínica em Foucault:
Foucault aborda a razão cínica como uma forma de crítica da modernidade, caracterizada pela descrição nas grandes narrativas e pela adoção de uma postura irônica e desafiadora em relação à sociedade. Segundo ele, a razão cínica surge em momentos de crise e instabilidade, quando a razão crítica se mostra insuficiente para dar conta das contradições e conflitos sociais.
Na perspectiva de Foucault, a razão cínica é uma postura que questiona os fundamentos da sociedade, mas que também se mantém distante do ativismo político. Essa postura crítica e desafiadora pode ser vista como uma forma de resistência ao poder dominante, mas também pode se tornar uma forma de conformismo, ao se manter afastado das lutas sociais e políticas.
Razão Clínica em Zizek:
Zizek, por sua vez, aborda a razão cínica como uma forma de ideologia dominante, que se manifesta na pós-modernidade através de uma suposta neutralidade política e uma crença na capacidade do mercado para solucionar os problemas sociais. Para Zizek, a razão clínica é a lógica da sociedade atual, em que a descrição nas grandes narrativas se tornou um elemento constitutivo da própria ideologia.
Na perspectiva de Zizek, a razão cínica é uma forma de fetichismo, que oculta as verdadeiras relações de poder e dominação presentes na sociedade. Ela se manifesta em discursos que buscam negar a existência de conflitos e desigualdades sociais, apresentando uma visão harmoniosa e consensual da sociedade.
Razão Clínica em Sloterdijk:
Já Sloterdijk aborda a razão cínica como uma forma de individualismo radical, que se manifesta na sociedade contemporânea através do culto à autoestima e à autopromoção. Para Sloterdijk, a razão cínica é uma forma de subjetivismo que valoriza o eu em detrimento de nós, e que busca a realização pessoal a todo custo, sem se preocupar com as consequências sociais e políticas de suas ações.
Na perspectiva de Sloterdijk, a razão cínica é uma forma de hedonismo egoísta, que busca a satisfação imediata de desejos e necessidades pessoais, sem levar em conta o impacto que isso pode ter sobre a sociedade como um todo. Ela se manifesta em discursos que promovem o individualismo e a competição como valores supremos, em detrimento da solidez
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