31 julho 2023

Robert Oppenhheimer,o Pai da Bomba Atômica

31.07.2023

Publicado por Irineu Messias

Julius Robert Oppenheimer foi um físico teórico americano que liderou a equipe de cientistas que desenvolveu a primeira bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial. Nascido em Nova York em 22 de abril de 1904, Oppenheimer estudou em Harvard e na Universidade de Cambridge antes de se tornar professor de física na Universidade da Califórnia em Berkeley.

Em 1942, Oppenheimer foi recrutado pelo governo dos Estados Unidos para liderar o Projeto Manhattan, um esforço secreto para desenvolver uma arma nuclear. Ele supervisionou a construção do laboratório em Los Alamos, Novo México, onde a bomba foi desenvolvida.

A bomba atômica foi testada com sucesso em 16 de julho de 1945, em um local no deserto do Novo México conhecido como Trinity. O sucesso do teste levou à decisão de usar a bomba contra o Japão. Em 6 de agosto de 1945, uma bomba atômica foi lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima, matando mais de 100.000 pessoas instantaneamente. Três dias depois, uma segunda bomba foi lançada sobre Nagasaki, matando mais de 70.000 pessoas.

"Sabíamos que o mundo não seria o mesmo. Algumas
pessoas riram, algumas pessoas choraram, a maioria das pessoas ficou em silêncio."
Oppenheimer

Após a guerra, Oppenheimer se tornou um defensor do controle internacional de armas nucleares e se opôs ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio. Ele também se envolveu em questões políticas e sociais, apoiando o movimento pelos direitos civis e se opondo à Guerra do Vietnã.

Em 1954, Oppenheimer foi acusado de ser um simpatizante comunista e teve sua autorização de segurança revogada pelo governo dos Estados Unidos. Embora tenha sido absolvido das acusações, sua carreira científica foi prejudicada e ele se aposentou em 1966.

Julius Robert Oppenheimer é lembrado como um dos cientistas mais importantes do século XX, mas também é controverso por seu papel no desenvolvimento da bomba atômica e suas opiniões políticas. Sua vida e legado continuam a ser objeto de debate e estudo até hoje.

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26 julho 2023

Locke, Rosseau e Hobbles: O papel do Estado

26.07.2023

Publicado por Irineu Messias

Os filósofos políticos John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Thomas Hobbes têm visões diferentes sobre o Estado e o papel que ele deve desempenhar na sociedade. 

John Locke defende a ideia de que o Estado deve ser limitado e que os indivíduos têm direitos naturais inalienáveis, como a vida, a liberdade e a propriedade. Ele argumenta que o governo deve ser formado por um contrato social entre os cidadãos e as autoridades, e que o poder político deve ser exercido com o consentimento dos governados. Para Locke, o papel do Estado é garantir a proteção desses direitos individuais e promover a justiça e a igualdade na sociedade.

Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, defende uma visão mais coletivista do Estado. Ele argumenta que a soberania reside no povo como um todo, e não em indivíduos ou grupos específicos. Ele defende a ideia de que o Estado deve ser formado por um contrato social entre os cidadãos, em que cada indivíduo renuncia aos seus interesses pessoais em favor do bem comum. Para Rousseau, o papel do Estado é promover a liberdade e a igualdade entre os cidadãos, garantindo a proteção dos direitos coletivos da sociedade.

Por fim, Thomas Hobbes tem uma visão mais pessimista da natureza humana e do papel do Estado na sociedade. Ele argumenta que os indivíduos são naturalmente egoístas e violentos, e que a vida em sociedade só é possível por meio da criação de um Estado forte e centralizado. Para Hobbes, o papel do Estado é garantir a ordem e a segurança da sociedade, exercendo um poder absoluto sobre os cidadãos. Ele defende a ideia de que o Estado deve ter o monopólio do uso legítimo da força, e que os cidadãos devem renunciar aos seus direitos individuais em favor da proteção do Estado.

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Ciência e Ciência Política, conceitos

26.07.2023
Publicado por Irineu Messias


A Ciência pode ser definida como um conjunto de conhecimentos sistemáticos e organizados, obtidos por meio da observação, experimentação e análise crítica. A Ciência busca compreender os fenômenos naturais e sociais de forma objetiva e rigorosa, utilizando métodos e técnicas específicas para coletar e interpretar dados. Dessa forma, a Ciência Política utiliza os mesmos princípios e métodos da ciência para estudar a política, o poder e o governo. Ela busca compreender a realidade política por meio da observação empírica e da análise crítica, utilizando conceitos e teorias específicas para explicar os fenômenos políticos. A Ciência Política, portanto, é uma disciplina científica que busca fornecer uma compreensão mais profunda e rigorosa da política e contribuir para a melhoria da qualidade da democracia e do governo.


A Ciência Política é uma disciplina acadêmica que estuda a política, o poder e o governo. Ela busca compreender as relações de poder que existem na sociedade e como elas influenciam a tomada de decisões políticas. Entre os principais conceitos estudados estão: Estado, democracia, cidadania, partidos políticos, eleições, sistemas eleitorais, instituições políticas, entre outros. A Ciência Política também analisa as diferentes teorias políticas e ideologias que orientam as ações dos atores políticos, bem como os processos de mudança política e transformação social.

Outro conceito importante na Ciência Política é o de poder. A disciplina busca entender como o poder é distribuído na sociedade e como ele é exercido pelos diferentes atores políticos. A análise do poder envolve questões como a dominação, a autoridade, a legitimidade e a resistência. A Ciência Política também estuda a democracia, que é um sistema político baseado na participação popular e na proteção dos direitos individuais e coletivos. A democracia é vista como um ideal a ser alcançado, mas também como um processo em constante evolução e aprimoramento. Por fim, a Ciência Política busca contribuir para o debate público e para a formação de cidadãos críticos e engajados politicamente.

Além disso, a Ciência Política busca entender como as políticas públicas são formuladas, implementadas e avaliadas, bem como o papel dos diferentes atores políticos nesses processos. Ela também estuda as relações internacionais e as dinâmicas políticas entre os Estados. A Ciência Política é uma disciplina interdisciplinar, que se relaciona com outras áreas do conhecimento, como a Sociologia, a Economia, a História, o Direito e a Filosofia. Seu objetivo é fornecer uma compreensão mais profunda e crítica da política e contribuir para a melhoria da qualidade da democracia e do governo.
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21 julho 2023

Quem era Jean-Jacques Rousseau ?

21.07.2023

Publicado por Irineu Messias

Jean-Jacques Rousseau foi um dos filósofos mais influentes do século XVIII. Nascido em Genebra, Suíça, em 1712, ele foi um pensador político, escritor e compositor. Sua obra teve um grande impacto na Revolução Francesa e na história da filosofia.

Rousseau é conhecido principalmente por suas ideias sobre a natureza humana e a sociedade. Ele acreditava que o ser humano é naturalmente bom, mas é corrompido pela sociedade. Para Rousseau, a sociedade é a fonte de todas as desigualdades e injustiças. Ele argumentou que a propriedade privada é a raiz de todos os males sociais e que a verdadeira liberdade só pode ser alcançada em uma sociedade igualitária.

Além de suas ideias políticas, Rousseau também teve um impacto significativo na literatura e na música. Ele escreveu várias obras importantes, incluindo "O Contrato Social" e "Emílio, ou Da Educação". Ele também compôs música, incluindo óperas e canções.

Apesar de sua influência duradoura, Rousseau teve uma vida pessoal tumultuada. Ele teve cinco filhos com sua amante, Thérèse Levasseur, e os abandonou em um orfanato. Ele também teve muitos conflitos com outros filósofos, incluindo Voltaire e Diderot.

Apesar de suas falhas pessoais, as ideias de Rousseau continuam a ser estudadas e debatidas até hoje. Sua visão da natureza humana e da sociedade ainda é relevante e influente no mundo moderno. Seu legado como filósofo, escritor e compositor é inegável e sua contribuição para o pensamento ocidental é inestimável.

Em resumo, Jean-Jacques Rousseau foi um dos filósofos mais importantes da história. Suas ideias sobre a natureza humana e a sociedade tiveram um impacto duradouro na política, na literatura e na música. Apesar de suas falhas pessoais, seu legado como pensador continua a ser estudado e debatido até hoje.

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História e os vários tipos de socialismo,resumo

21.07.2023

Publicado por Irineu Messias

O socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII, na Europa, em contraposição às iniquidades sociais produzidas em larga escala pelo fenômeno da Revolução Industrial. O socialismo defende a reformulação da sociedade capitalista, integrada-a numa sociedade justa e igualitária. Existem vários tipos de socialismo, que se diferenciam em suas características e propostas. Alguns tipos desses são:

  • Socialismo utópico: propõe a construção de uma sociedade mais igualitária por meio de reformas e mudanças graduais, sem a necessidade de uma revolução. Exemplos de pensadores utópicos são Robert Owen e Charles Fourier.
  • Socialismo científico: corrente de pensamento protagonizada por Karl Marx e Friedrich Engels. Propõe uma compreensão científica da história e da sociedade, e defende a tomada do poder pelos trabalhadores por meio de uma revolução socialista. O socialismo científico é a base teórica do socialismo moderno.
  • Socialismo real: refere-se aos regimes socialistas que existiram no mundo, como a União Soviética, China, Cuba, entre outros. Esses regimes foram baseados nas ideias do socialismo científico, mas muitas vezes se afastaram dessas ideias em sua prática política e econômica.

Em resumo, o socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII, e que defende a transformação da sociedade capitalista em uma sociedade justa e igualitária. Existem vários tipos de socialismo, que se diferenciam em suas características e propostas, como o socialismo utópico, o socialismo científico e o socialismo real.

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11 julho 2023

JULIANO SPYER: “Igrejas evangélicas são estado de bem-estar social informal”

11.07.2023
Do portal INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS - ADITAL, 09.10.2020
Por Bruno Lupion


Em entrevista à DW Brasil, antropólogo Juliano Spyer aponta que elite brasileira tem uma visão "estereotipada e muito arrogante" sobre a realidade dos evangélicos, que podem superar número de católicos no país em 2032.

A entrevista é de Bruno Lupion, publicada por Deutsche Welle, 08-10-2020.

O Brasil vive o maior processo de transição religiosa do mundo, com sua população migrando de forma acelerada do catolicismo para o cristianismo evangélico. Se em 1970 os evangélicos representavam 5% dos brasileiros, hoje são cerca de um terço e nesse ritmo, em 2032, serão a maioria.

Essa transformação tem impacto nas instituições e na vida das pessoas, especialmente dos mais pobres, mas é ainda pouco compreendida pela elite do país, afirma o antropólogo Juliano Spyer, autor do livro Povo de Deus: Quem são os evangélicos e por que eles importam, que chega às livrarias nesta semana pela Geração Editorial, com apresentação de Caetano Veloso.

A ideia da obra surgiu quando Spyer morava em uma vila de trabalhadores na periferia de Salvador para a pesquisa de campo de seu doutorado, sobre uso das mídias sociais pelas classes baixas. Lá, fez amizade com famílias evangélicas, passou a frequentar cultos e percebeu o impacto prático que as relações construídas na igreja tinham na vida de pessoas vulneráveis e sem acesso a direitos e serviços públicos.

"Essas igrejas produzem um serviço que o Estado não dá conta ou para os quais a sociedade brasileira não se mobiliza. (…) Há uma rede de ajuda mútua: quando o marido fica desempregado e se arruma emprego, o filho se envolve com drogas e encontra um lugar para ser tratado, o marido que batia na mulher encontra caminhos para negociar uma harmonia em casa. É um estado de bem-estar social informal”, diz.

Spyer afirma que a elite brasileira tem uma visão "estereotipada, pouco esclarecida e muito arrogante” sobre os evangélicos, que se reflete também em parte da classe política, inclusive na centro-esquerda. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, que teve entre os evangélicos sua maior vantagem eleitoral em 2018, adota uma estratégia "oportunista” de aproximação desse grupo, sinalizando que "se as outras pessoas não se interessam por eles, ele sim se interessa", diz o antropólogo.

Eis a entrevista.

Como foi morar em uma vila na periferia de Salvador de abril de 2013 a agosto de 2014 durante o doutorado?

Sou um brasileiro branco, de classe média, ex-estudante da USP, a quem foi dada a oportunidade de fazer um programa de doutorado [no Reino Unido]. Precisava escolher um lugar [para a pesquisa de campo] e fui para um povoado no limite da área metropolitana de Salvador, em uma vila de trabalhadores na Costa dos Coqueiros. Tive a oportunidade de encontrar um país que, nos documentos, é o meu, mas no qual eu nunca tinha vivido. A antropóloga americana Cláudia Fonseca, que vive no Brasil, disse que a divisão racial e por classe no Brasil é semelhante à da África do Sul no Apartheid, mas se mantém e é silenciosa.

E por que decidiu pesquisar os evangélicos?

A antropologia do cristianismo é um dos principais temas da antropologia contemporânea. O Brasil pobre, principalmente na área urbana, é predominantemente evangélico. Não existe no mundo uma transição religiosa acontecendo como a do nosso país, que é o maior país católico do mundo e está se tornando um dos maiores países protestantes do mundo.

Em 1970, havia 5% de evangélicos, incluindo protestantes. Em 2000 eram 22%, e no ano passado era um terço da população acima de 16 anos. Os estatísticos preveem que em 2032 o cristianismo evangélico se tornará a religião predominante no país.

Isso afeta todo mundo. Por um lado, muitas igrejas evangélicas se deram conta que para influenciar nas pautas de comportamento elas precisam se envolver com o governo. Mas existe um lado B, que é o efeito da igreja na vida das pessoas. [Na vila em Salvador] a gente convivia com a violência doméstica, ouvia gritos, e não adiantava chamar a polícia. Uma das primeiras consequências da conversão [ao cristianismo evangélico] era acabar com isso. A conversão também é um ato inteligente, e não apenas de fé, que traz benefícios à vida do brasileiro mais pobre.

No final dos dezoito meses, descobri que várias das pessoas da igreja evangélica com quem me relacionava haviam participado de organizações criminosas e sido presas. E eram ótimos pais, esforçados, generosos. É a principal maneira para reinserir na sociedade pessoas que estiveram envolvidas com violência.

Sem desprezar os muitos problemas de ordem moral, temos que considerar o quanto essas igrejas produzem um serviço que o Estado não dá conta ou para os quais a sociedade brasileira não se mobiliza. A motivação desse livro é falar, para as pessoas do meu círculo, que existe muito mais complexidade e valores a serem levados em conta em relação a esse fenômeno.

No mapa das religiões, o que é o cristianismo evangélico?

Evangélico é um termo disputado. Precisamos usá-lo porque eles se reconhecem dessa forma entre si e em relação aos outros. Agora, se você vai ao Nordeste, evangélico é todo mundo que é protestante, inclusive do protestantismo histórico, como os luteranos e os calvinistas. No Sul, esses grupos se diferenciam. Mas há um grau de convergência, são todos protestantes e vieram do mesmo movimento contestador do Lutero.

São predominantemente conservadores no âmbito moral, mas há igrejas que relativizam isso, como a Bola de Neve. O [ginasta] Diego Hypólito, por exemplo, atleta brasileiro nas Olimpíadas, se assumiu homossexual e é dessa igreja. O que diferencia o pentecostalismo é ser uma religiosidade feita pelo povo, comunicada de uma maneira simples e que trata das questões deles do dia a dia. Isso se espalhou como fogo dentro do Brasil popular.

Por que o cristianismo evangélico teve tanta aderência nas camadas populares?

Segundo o antropólogo Gilberto Velho, o principal fenômeno social brasileiro do século 20 é a migração de nordestinos em massa para as capitais ao Sul. Ao chegar nessas cidades do Sul, eles ocuparam regiões periféricas, desprovidas de tudo, inclusive de Igreja Católica. São originalmente católicos, mas não têm garantias de trabalho, transporte, vivem em condições ruins de moradia, se desprendem das raízes familiares.

E nessa igreja você dá voz à sua religiosidade profunda, é ouvido enquanto pessoa, não como número ou funcionário, põe para fora suas inquietações, frustrações e dores. Além disso, há uma rede de ajuda mútua: quando o marido fica desempregado e se arruma emprego, o filho se envolve com drogas e encontra um lugar para ser tratado, o marido que batia na mulher encontra caminhos para negociar uma harmonia em casa. É um estado de bem-estar social informal.

Esse cristianismo tem consequência direta na estabilização da vida de pessoas em situação de vulnerabilidade. Mas hoje você encontra também igrejas evangélicas em bairros mais luxuosos das capitais.

Como as classes média-alta e alta em geral veem os evangélicos?

Têm uma visão estereotipada, pouco esclarecida e muito arrogante. Veem ou como o evangélico do mal, o sujeito manipulador da fé que ganha dinheiro e se usa da ingenuidade popular, ou como o evangélico do bem, o coitadinho que precisou se apegar a isso. Mesmo quando se tem uma visão benigna, é prepotente.

Isso se reflete na cobertura da imprensa sobre os evangélicos?

Há uma disputa pelo acesso a camadas populares entre os grupos que controlam a comunicação no Brasil, de grupos de um mundo mais aristocrático, católico, em relação a grupos pentecostais, sendo a TV Record o principal deles. Parte do desinteresse ou falta de generosidade para tratar desse assunto se dá por uma disputa no âmbito da indústria da comunicação.

No livro, cito como a data dos 500 anos da reforma protestante foi anunciada no Jornal Nacional [em 2017]. Ele falam de Lutero, do Calvino, da fundação da primeira igreja protestante no Brasil, mostram uma celebração numa igreja protestante histórica, predominantemente branca no Rio de Janeiro, e os luteranos no Sul do país. Não entra um evangélico, como se o assunto não existisse. Sendo que a Assembleia de Deus, maior igreja evangélica do Brasil, foi fundada por missionários suecos batistas e eles se consideram protestantes.

Os evangélicos são mais conservadores do que o resto da população?

Sim e não. Se você pensar nos bolsões de prosperidade de pessoas que têm estudo superior, os evangélicos são realmente mais conservadores. Mas se você considerar o Brasil popular, há um senso de conservadorismo em relação a valores. Nos primeiros 400 anos do Brasil não dá para separá-lo do catolicismo, e um catolicismo conservador. Esse conjunto de valores em relação às pautas de gênero, sexual, LGBT, não é estritamente pentecostal, mas se desdobra no catolicismo e no espiritismo.

O grupo religioso que mais deu vantagem de votos a Bolsonaro na eleição de 2018 foi os evangélicos. Por que isso ocorreu?

Concordo com um argumento levantado pelo cientista político Mark Lilla, de Columbia, em que ele fala que o sucesso da eleição do [Donald] Trump se deu pela incapacidade da adversária naquele momento, a senadora Hillary Clinton, de conversar com diferentes.

No Brasil, de um lado você tem um governo que demonstra respeito pelos valores dessa população [evangélica]. E do outro lado tinha o outro candidato, Fernando Haddad. Não sou antipetista e não falo isso como crítica pessoal, mas ele cometeu um erro ao chamar o bispo Edir Macedo de charlatão. Havia mulheres da Igreja Universal batalhando dentro dos seus espaços de culto para defender candidato que era alternativa ao Bolsonaro que, com essa declaração, perderam essa possibilidade, pelo argumento de "como votar em alguém que nos desrespeita”.

A alternativa é entender mais sobre o assunto e fazer uma negociação na qual não se concordará em todos os pontos, mas não irá demonizar a pessoa. O fato de eu escrever um livro que é empático [aos evangélicos] não significa que eu concordo com a maior parte das questões que eles defendem em relação a questões morais, mas quero dizer que não é só isso que deva ser considerado.

Bolsonaro afirma que até o final de seu mandato nomeará um ministro ao Supremo que seja "terrivelmente evangélico”. Como o senhor interpreta essa fala?

Há uma ação oportunista do Bolsonaro para se aproximar de um grupo que é largamente desconhecido e rejeitado automaticamente pelo outro campo. O presidente sinaliza para esse grupo que, se as outras pessoas não se interessam por eles, ele sim se interessa.

A ministra da Mulher, Família, Direitos Humanos, Damares Alves, é uma das vozes radicais no governo na pauta moral. O quanto ela representa os evangélicos?

Há pessoas no meio evangélico simpáticas à ministra Damares, mas também há pessoas no meio evangélico simpáticas a pessoas como a [deputada federal pelo PT-RJ] Benedita da Silva e a Marina Silva, que são da Assembleia de Deus. Assim como a Damares, há outros evangélicos no governo que são repudiados ou motivo de vergonha para alguns grupos evangélicos.

Além disso, o ambiente na igreja evangélica é politizado, no sentido de questionar qual é o interesse do pastor quando ele traz tal pessoa, ou por que o pastor propõe algo ou está conversando com tal político. Foi aplicado um questionário em 2018 durante a Marcha para Jesus e um dos achados foi que a maior parte dos evangélicos ali não votava no candidato indicado pelo pelos líderes da igreja.

E a bancada evangélica, representa a diversidade do cristianismo evangélico? Há instrumentalização da religião para ampliar o poder político?

Ela é representativa de muitos evangélicos, conta com representantes de muitas outras igrejas. Mas a Marina Silva não fazia parte dessa bancada e é evangélica.

Isso não impede que se faça uma crítica justa à utilização de estruturas da igreja para ter uma presença cada vez maior dentro do Estado e, a partir dessa presença, impor visões que são diferentes das visões dos evangélicos. Até pouco tempo, o cristianismo evangélico, como herdeiro da tradição protestante, sempre foi defensor da liberdade de culto.

Neste momento há uma sobreposição de canais, em que as igrejas são instrumentalizadas para eleger pessoas que depois deixam de ter responsabilidade com seus eleitores, mas somente com os donos dessas igrejas. É uma questão séria, que precisa ser considerada enquanto se estabelece diálogo com os evangélicos comuns, e não esperar até a eleição para então fazer um acordo de conveniência com o dono de uma igreja, mas somente com os donos dessas igrejas. É uma questão séria, que precisa ser considerada enquanto se estabelece diálogo com os evangélicos comuns, e não esperar até a eleição para então fazer um acordo de conveniência com o dono de uma igreja.
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Fonte:https://www.ihu.unisinos.br/categorias/603625-igrejas-evangelicas-sao-estado-de-bem-estar-social-informal

Racismo Estrutural: origem e consequências

11.07.2023
Publicado por Irineu Messias
racismo estrutural é um sistema de desigualdade social e econômica que prejudica as pessoas de cor. Ele está inserido no tecido da sociedade e se manifesta de várias maneiras, incluindo:

Políticas habitacionais discriminatórias: essas políticas levaram à segregação das comunidades de cor, o que dificultou o acesso de pessoas de cor à educação, empregos e cuidados de saúde de qualidade.

Acesso desigual à educação: as escolas em comunidades negras geralmente são subfinanciadas e têm menos acesso a recursos do que as escolas em comunidades brancas. Isso pode levar a taxas de graduação mais baixas e piores resultados acadêmicos para estudantes de cor.
Oportunidades de emprego desiguais: pessoas de cor têm maior probabilidade de estar desempregadas do que pessoas brancas e têm mais probabilidade de receber menos pelo mesmo trabalho.

Preconceito no sistema de justiça criminal: pessoas de cor têm maior probabilidade de serem presas, condenadas e sentenciadas à prisão do que pessoas brancas, mesmo quando cometem os mesmos crimes.
As Origens do Racismo Estrutural
O racismo estrutural tem suas raízes na história da escravidão e do colonialismo. Esses sistemas de opressão criaram uma hierarquia racial que persiste até hoje. As leis e políticas que foram implementadas para manter essa hierarquia tiveram um impacto duradouro na vida das pessoas de cor.

As Consequências do Racismo Estrutural

O racismo estrutural tem uma série de consequências negativas para pessoas de cor. Isso pode conduzir a:

Menor expectativa de vida: pessoas de cor têm uma expectativa de vida menor do que pessoas brancas e são mais propensas a morrer de doenças evitáveis.

Taxas mais altas de pobreza: pessoas de cor têm maior probabilidade de viver na pobreza do que pessoas brancas.
Aumento da exposição à violência: pessoas de cor têm maior probabilidade de serem vítimas de violência, tanto da polícia quanto de outros indivíduos.

Baixo nível educacional: as pessoas de cor têm menos probabilidade de se formar no ensino médio ou na faculdade do que as pessoas brancas.

Como lidar com o racismo estrutural

Há uma série de coisas que podem ser feitas para combater o racismo estrutural. Esses incluem:

Reexaminando e reformando as leis e políticas existentes: Isso inclui leis e políticas relacionadas a habitação, educação, emprego e sistema de justiça criminal.

Investir em comunidades de cor: Isso inclui investir em escolas, empresas e infraestrutura em comunidades de cor.

Promover diversidade e inclusão: Isso inclui aumentar a representação de pessoas de cor em cargos de liderança e na mídia.
Conclusão

O racismo estrutural é um problema complexo e insidioso. Tem uma longa história e teve um impacto profundo na vida das pessoas de cor. No entanto, há uma série de coisas que podem ser feitas para combater o racismo estrutural. Trabalhando juntos, podemos criar uma sociedade mais justa e equitativa para todos.
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01 julho 2023

O luar sobre o oceano

01.07.2023

Publicado por Irineu Messias 


A lua brilha no céu noturno,

Refletindo sua luz no oceano.
As ondas dançam sob seu brilho,
Criando um espetáculo mágico.

O mar se transforma em prata,
Sob o olhar da lua cheia.
Ela ilumina o caminho dos marinheiros,
Guiando-os em sua jornada.

A lua e o oceano são amantes,
Unidos em um eterno romance.
Eles se encontram todas as noites,
Criando um cenário de tirar o fôlego.
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Nós e a notícia é um blog de notícias atuais