01.04.2025
Postado por Irineu Messias
1. Visão Geral da Inovação na Saúde
Clayton Christensen, renomado professor da Harvard Business School, foi uma figura central na discussão sobre inovação, especialmente a teoria da "Inovação Disruptiva". Seus conceitos não apenas transformaram mercados, mas têm potencial para revolucionar o setor da saúde, enfatizando que os serviços são buscados para resolver problemas, e não por preferência.
2. O Diálogo com Christensen
Em uma conversa em 2015, Christensen introduziu a ideia do “Jobs to be done” (Trabalho a ser feito). Essa abordagem propõe uma matriz que considera:
- Trabalho a ser feito: O que o paciente realmente precisa resolver.
- Recursos: Os meios disponíveis para realizar o trabalho.
- Processos: A forma como os serviços são organizados.
- Fórmula econômica: A viabilidade financeira de soluções e serviços.
3. Desafios do Sistema de Saúde Brasileiro
No Brasil, especialmente no sistema privado de saúde, a eficiência é medida pela quantidade de procedimentos realizados (exames, consultas, internações). Isso não necessariamente se traduz em melhores resultados em saúde.
- Taxa de Cesáreas: Embora a maioria das mulheres prefira parto normal, apenas 18% conseguem. Isso reflete uma distorção influenciada pela estrutura hospitalar.
- Fragmentação do Atendimento: Muitos pacientes passam por vários profissionais e repetem exames, resultando em tratamentos descoordenados e custos elevados.
4. Reimaginando o Atendimento ao Paciente
A abordagem "trabalho a ser feito" serve para repensar como o atendimento deve ser prestado. Por exemplo, a solução para uma dor de cabeça não deve ser necessariamente uma ida ao pronto-socorro. A prioridade deve ser a experiência do paciente e a eficácia do atendimento.
5. O Papel da Tecnologia
A tecnologia desempenha um papel crucial na reestruturação do atendimento. Com soluções digitais, muitos problemas de saúde podem ser resolvidos sem a necessidade de deslocamento. Exemplo:
- 72% das demandas médicas são resolvidas digitalmente, proporcionando orientação e tratamento rápido, como em casos de febre infantil.
6. Foco na Prevenção
A transformação no cuidado deve priorizar a prevenção, com o objetivo de evitar que doenças surjam ou se agravem. Modelos integrados que utilizam dados, acompanhamento contínuo e acesso facilitado aos profissionais de saúde podem levar a:
- Melhor controle de condições crônicas.
- Diagnósticos mais precoces.
7. Benefícios de uma Nova Abordagem
Reestruturar o sistema de saúde com base na resolução de problemas proporciona:
- Menos desperdício de recursos.
- Maior eficiência.
- Melhores resultados de saúde.
Se essa lógica de "trabalho a ser feito" guiasse todo o sistema de saúde, poderíamos transformar a experiência dos pacientes, garantindo que cada um receba o atendimento necessário no momento certo, de forma ágil e humana.
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