30 junho 2022

Pesquisador brasileiro é deportado ao chegar ao México

30.06.2022

Do portal ESTADO DE MINAS

Por Elian Guimarães

Professor de universidade no Rio de Janeiro era convidado para apresentar resultado de pesquisa em encontro internacional

O pesquisador e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro foi deportado do México quando participaria como convidado de um fórum internacional.(Arquivo pessoal)

As denúncias de truculência, burocracia e desinformação de autoridades da imigração mexicana e "descaso" da representação brasileira na Cidade do México não cessam. O pesquisador Dan Gabriel D'Onofre, professor do departamento de economia doméstica e hotelaria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foi deportado no dia 2 de junho após chegar à capital mexicana, onde participaria da IX Conferência Latino Americana e Caribenha de Ciências Sociais (CLACSO).

No encontro, realizado entre 7 a 10 de junho na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), com o tema "Desigualdades na América Latina e Caribe", Dan apresentaria resultados da pesquisa "Conceito de Recreio Pandêmico," que desenvolve no Recreio dos Bandeirantes, na região da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As características e estrutura do bairro propiciam atividades recreativas em áreas abertas. Portanto, o pesquisador captou os elementos ao longo da pandemia em seus diversos estágios e confrontou com o direito à cidade.

O que seria uma viagem de troca de conhecimentos, tornou-se um pesadelo. Dan foi informado que deveria fazer uma solicitação de visto com 30 dias de antecedência à data do embarque, no dia 1º de junho. Ele conta que obedeceu todos os procedimentos indicados e os documentos requeridos -solicitação de entrada no país, passaporte, e cartão de vacinação - foram apresentados no embarque que ocorreu no aeroporto do Rio de Janeiro. 

O voo contratado constava uma conexão em Bogotá, Colômbia, com uma espera de mais de 10 horas, período que aproveitaria para um giro pela cidade. "O voo para Colômbia atrasou 2h30 e algumas pesquisadoras que iriam para escala mais curta perderam o voo. E a solicitação de entrada no México expirava no dia primeiro, como a minha. Elas tiveram problemas e também foram deportadas."

Segundo Dan, ele embarcou rumo à Cidade do México às 23h e, neste momento, reapresentou todos os documentos à imigração colombiana sem qualquer problema, chegando à capital mexicana às 3h40.

"Direcionados para imigração mexicana, os passageiros estrangeiros preencheram uma tarjeta, solicitada a todos os viajantes.  Ao apresentar a documentação, a atendente informou que havia um problema na minha solicitação e que eu poderia fazer renovação e me direcionou a outro setor. Começava aí um processo coercitivo que jamais imaginei que passaria", conta Don.

A partir desse momento, o pesquisador foi impedido de tocar no celular e foi informado que o documento não era visto, portanto ele precisava carimbar o passaporte, o que poderia ser feito lá mesmo. "Mas comecei a desconfiar devido ao modo estranho que o grupo passou a ser tratado."

Sem celular, relógio, as horas passavam e ninguém sabia o que estava acontecendo, até ser entrevistado por um funcionário da imigração com as perguntas de praxe aos estrangeiros em qualquer país. Informou que é funcionário público no Brasil, que estaria participando de um evento e que ficaria hospedado na casa de amigos, informando o endereço. O funcionário se desculpou e o conduziu de volta à sala. Durante a entrevista o funcionário utilizou um aplicativo tradutor no celular. 

"De repetente um funcionário retorna com três passaportes brasileiros, me chama e mais duas mulheres que não conhecia, nos separa e informa que estávamos impedidos, e que a partir daquele momento não poderíamos mais ficar no México. Separados por gênero, fui para uma ala onde deixei os pertences. Mandaram tirar o cadarço do tênis e guardar todos os pertences e documentos dentro da mala", relatou o pesquisador. 

Cela com outras dez pessoas 

Muito emocionado, o professor disse que jamais imaginou passar por uma situação tão vexatória. "Fui colocado em uma cela. Me dei conta que estava sendo colocado talvez em situação de imigrante ilegal. Tinha umas dez pessoas, com camas de aço, colchões de plástico, luz forte, sem tv, sem notícia sem nada".

Em determinado momento uma atendente da imigração passou informando que seria permitido fazer uma única ligação e, ao preencher um caderno com dados e horário foi quando o grupo soube que já era 8 horas da manha no horário local.

"Tentei falar com as pessoas que me hospedariam mas não atenderam devido estar em trânsito para o trabalho. Acabei não conseguindo contato. Pedi para falar com a Embaixada Brasileira, porque precisava de uma mediação. Ele respondeu que não entraria no país. Respondi que tudo bem, mas precisava de uma conversa sobre a situação com a representação de meu país. Ele disse que a embaixada brasileira estaria fechada e abriria as 9h da manhã e que me chamaria neste horário, me colocando de volta na cela sob guarda da polícia", recorda.

Mas o grupo não conseguiu mais contato com os funcionários da imigração e os policiais da escolta diziam que nada poderiam fazer. Até que por volta do meio-dia serviram um lanche, e Dan e mais duas brasileiras foram conduzidas para a deportação. 

"Fui tolhido de ter a mediação de uma representação consular e tratado em uma lógica que não cabe a mim, pois não era imigrante ilegal. Tinha passagem de ida e volta. Ou agiram mediante a um critério pessoal, algo que extrapola uma perspectiva baseada em algum rito, ou o campo de triagem deles é péssimo. Um pesquisador poderia ser facilmente identificável até pela internet. Mandei posteriormente e-mail para embaixada brasileira e até hoje não tive qualquer resposta. Isso já no Brasil", disse.

As pessoas que o acolheriam no México, quando deram conta que tinha chamada não atendida e ele demorando a dar notícias, descobriram que havia um número da imigração do aeroporto. Era um número só de emissão, não recebia chamadas. Eles então ligaram os fatos e entraram em contato com a embaixada brasileira. O órgão  informou, mais tarde, que o pesquisador não entrou no país devido a problemas com visto.

"A embaixada não teve postura proativa comigo e com outros brasileiros que conheci no momento da deportação. Uma delas é companheira de um professor da Rural (Universidade Federal). Eles obtiveram a informação e não procurou sequer saber quem era o brasileiro detido, se precisava de ajuda. Tanto por parte da imigração, quanto da embaixada brasileira, que foi informada sobre deportação e não buscou sequer a informação se realmente se tratava de imigração ilegal. Três eventos da área de ciências sociais vão acontecer no México, será que o México é ideal para receber essas pessoas da América Latina?", questiona D'Onofre.

Outra denúncia 

A professora do departamento de comunicação social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Graziela Mello Vianna, também denunciou constrangimento sofrido por cidadãos brasileiros que viajaram ao México no início de junho.

Ela e um grupo passaram pela ameaça de terem a entrada negada. O grupo participou do evento ao qual Dan foi impedido por ter sido deportado.

Posição do governo brasileiro  

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil reconheceu problemas reclamados por vários brasileiros ao entrar no México. Leia o texto na íntegra:

 "O Ministério das Relações Exteriores tem acompanhado com preocupação relatos de centenas de brasileiros atualmente impossibilitados, por questão técnica, de tramitar autorização eletrônica para ingresso no México. 

O Itamaraty solicitou, em alto nível, providências urgentes ao governo mexicano, por meio da Secretaria de Relações Exteriores, da Secretaria de Turismo e do Instituto Nacional de Migração, com vistas a resolver o problema.

O Brasil reitera a expectativa de que seja encontrada com urgência solução definitiva para a questão, que prejudica centenas de turistas e empresários brasileiros."

O Ministério das Relações do México não se manifestou até o momento da publicação desta reportagem.

Brasileiros presos no México 

Segundo a agência Carta Maior, há 20 mil brasileiros presos na fronteira do México com os EUA - a única fronteira, no mundo, entre o terceiro e o primeiro mundo. Por essa razão, o governo dos EUA impôs o retorno do visto de entrada dos brasileiros no México e o Brasil, em reciprocidade, tomou a mesma atitude para a entrada dos mexicanos aqui.

Para se ir ao México, é preciso pedir o visto nos consulados, o que inclui a impressão de um formulário, com foto recente, mais comprovantes de reservas de hotéis no México, comprovante de rendimentos dos últimos três meses, comprovante de pagamento de cartão de créditos nos últimos três meses, entre outros documentos. 

Uma vez entregues todos os documentos, os vistos serão concedidos, caso os documentos sejam aprovados em três dias úteis. A circulação entre os dois países mais importantes do continente fica submetida a esses trâmites, a partir da decisão do governo dos EUA.

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Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2022/06/27/interna_nacional,1376199/pesquisador-brasileiro-e-deportado-ao-chegar-ao-mexico.shtml

24 junho 2022

Ex-Funai abandonou Brasil após ameaça de morte

24.06.2022

Do portal do DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO

Postado por  Sofia Carnavalli 

"Sempre recebemos ameaças. Bruno recebeu, eu recebi e até minha mãe recebeu. Agora, a diferença é que as ameaças se cumprem. Quem faz a ameaça acha que pode matar. Afinal, o Bolsonaro falou, não é"  

Ricardo Rao, ex-agente da Funai. Imagem: Reprodução.

O ex-agente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Ricardo Rao, revelou que já recebeu inúmeras ameaças de morte, viu companheiros sendo assassinados e até teve uma arma apontada para sua cabeça. De acordo com ele, além de enfrentar criminosos ambientais, os agentes também são alvos de milícias, e de processo administrativos que se tornaram meios de constranger e silenciar funcionários ”indesejados”.

Envolto por ameaças, ele decidiu que não poderia mais ficar no Brasil, e atualmente vive na Roma. Em entrevista ao UOL ele contou que “A milícia controla hoje a Funai”, e continuou: “Sempre recebemos ameaças. Bruno recebeu, eu recebi e até minha mãe recebeu. Agora, a diferença é que as ameaças se cumprem. Quem faz a ameaça acha que pode matar. Afinal, o Bolsonaro falou, não é”.

Segundo ele, o órgão foi se desfazendo nas mãos do atual presidente, e a região passou a ser controlada por ameaças, milícias e mortes. Antes mesmo de Bolsonaro ser eleito de fato, apenas a ideia de sua vitória e seus discursos já impactavam o meio, resultando em um grande número de indígenas mortos.

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Fonte:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/ex-funai-abandonou-brasil-apos-ameaca-de-morte/

23 junho 2022

EMPRESA DOS EUA RASTREIA BILHÕES DE CELULARES NO MUNDO TODO – E ESPIONA ATÉ A CIA

20.06.2022
Do portal THE INTERCEPT_BRASIL, 240.05.22
Por Sam Biddle, Jack Poulson

A Anomaly Six, que presta serviços ao governo dos EUA, monitora bilhões de telefones no mundo todo e diz que basta apertar botão para desmascarar espiões. 


NOS MESES ANTERIORES à invasão da Ucrânia pela Rússia, duas startups americanas obscuras se reuniram para discutir uma possível parceria de vigilância que combinaria o rastreamento de movimentos de bilhões de pessoas por meio de seus telefones e um fluxo constante de dados comprados diretamente do Twitter. Segundo Brendon Clark, executivo da Anomaly Six – ou “A6” –, a combinação da tecnologia de rastreamento de celulares de sua empresa com a vigilância de redes sociais fornecida pela Zignal Labs permitiria ao governo dos EUA espionar, sem dificuldades, as forças russas situadas próximas à fronteira ucraniana ou mesmo monitorar submarinos nucleares chineses. Para provar que a tecnologia funciona, Clark apontou os poderes da A6 para os EUA e espionou a Agência de Segurança Nacional, a NSA, e a CIA, usando celulares rastreados nas sedes das agências contra elas próprias.

Com sede na Virgínia, fundada em 2018 por dois ex-oficiais de inteligência militar, a Anomaly Six tem uma presença pública discreta, ao ponto de ser misteriosa. O site da empresa não revela nada sobre o que ela realmente faz – mas há boas chances de que a A6 saiba muito sobre você. A empresa é uma das muitas organizações que compra um gigantesco volume de dados de localização, rastreando centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro graças a um fato pouco compreendido: a todo instante, inúmeros aplicativos comuns de smartphone coletam as localizações dos usuários e as retransmitem para anunciantes, geralmente sem que se tenha conhecimento ou consentimento, aproveitando as letras miúdas do juridiquês de extensos termos de serviço – que as empresas envolvidas esperam que você nunca leia. Atualmente não há lei nos EUA que proíba a venda e revenda de informações depois que a sua localização é transmitida a um anunciante. Empresas como a Anomaly Six são livres para adquiri-las e vendê-las à clientela privada e governamental. Dia após dia, a indústria da publicidade digital faz o trabalho pesado para qualquer interessado em rastrear a vida diária de outras pessoas – para terceiros interessados, basta adquirir o acesso.

Os materiais da empresa obtidos pelo Intercept e pela Tech Inquiry detalham a dimensão do poder de vigilância global da Anomaly Six, cujos recursos são capazes de fornecer a qualquer cliente habilidades antes reservadas a militares e agências de espionagem.

Segundo gravações em vídeo analisadas pelo Intercept e pela Tech Inquiry, a A6 afirma que pode rastrear cerca de 3 bilhões de dispositivos em tempo real – o equivalente a um quinto da população mundial. Essa impressionante capacidade de vigilância foi citada em uma apresentação para oferecer recursos de rastreamento telefônico da A6 para a Zignal Labs, empresa de monitoramento de redes sociais que aproveita seu acesso ao fluxo de dados “firehose”, raramente concedido pelo Twitter, para filtrar centenas de milhões de tuítes por dia sem restrições. Com a combinação das capacidades das duas empresas, propôs a A6, os clientes corporativos e governamentais da Zignal poderiam não apenas vigiar globalmente a atividade das redes sociais, mas também determinar quem exatamente publicou certos tuítes, de onde eles foram postados, com quem essas pessoas estavam, onde estiveram anteriormente e aonde foram em seguida. Essa robusta capacidade ampliada seria um benefício óbvio para ambas as organizações monitorarem seus adversários globais e empresas controlarem seus funcionários.

Sob anonimato, a fonte que compartilhou os materiais expressou grande preocupação com a legalidade de empresas terceirizadas do governo, como a Anomaly Six e a Zignal Labs, estarem “revelando postagens em redes sociais, nomes de usuários e localizações de americanos” a usuários do “Departamento de Defesa”. A fonte também afirmou que a Zignal Labs mentiu ao Twitter de forma intencional, retendo os casos de uso de vigilância militar e corporativa mais amplos de seu acesso “firehose”. Os termos de serviço do Twitter tecnicamente proíbem terceiros de “realizar ou fornecer vigilância ou coletar inteligência” usando o acesso à plataforma, embora a prática seja comum e a aplicação dessa proibição, rara. Questionado sobre essas preocupações, o porta-voz Tom Korolsyshun disse ao Intercept que “a Zignal cumpre as leis de privacidade e as diretrizes estabelecidas por nossos parceiros de dados”.


A A6 alega que sua captura de dados de GPS reúne diariamente de 30 a 60 pings de localização por dispositivo e 2,5 trilhões de pontos de dados de localização anuais no mundo inteiro, totalizando até 280 terabytes de dados de localização por ano e muitos petabytes no total – sugerindo que a empresa monitora todos os dias, em média, cerca de 230 milhões dispositivos. O representante de vendas da A6 acrescentou que, enquanto muitas empresas rivais coletam dados de localização pessoal por meio de conexões bluetooth e wi-fi de telefones – que fornecem informações gerais sobre o paradeiro do usuário –, a Anomaly 6 coleta apenas pontos de GPS com margem de metros de precisão. Além de coletar dados de localização, a A6 afirmou que construiu uma biblioteca com mais de 2 bilhões de endereços de e-mail e outros dados pessoais que as pessoas compartilham quando utilizam aplicativos de smartphone e que podem ser usados para identificar a quem pertence o ping do GPS. Tudo isso é alimentado, observou Clark durante a apresentação, pela ignorância geral da onipresença e invasão dos kits de desenvolvimento de software para smartphones, conhecidos como SDKs: “Tudo é aceito e enviado pelo usuário, mesmo que ele provavelmente não leia as 60 páginas [do contrato de licença do usuário final]”.

O Intercept não conseguiu corroborar as alegações da Anomaly Six sobre seus dados e recursos, feitas no contexto de uma apresentação de vendas. O pesquisador de privacidade Zach Edwards acredita que as alegações sejam plausíveis, mas alertou que as empresas tendem a exagerar a qualidade de seus dados. O pesquisador de segurança móvel Will Strafach concorda com Edwards, destacando que o fornecimento de dados da A6 “soa alarmante, mas não está muito distante das alegações ambiciosas de outras empresas”. Para Wolfie Christl, pesquisador de vigilância e privacidade no setor de dados de aplicativos, mesmo que os recursos da Anomaly Six sejam exagerados ou parcialmente imprecisos, uma empresa que possua que uma fração desses recursos de espionagem seria preocupante do ponto de vista da privacidade pessoal.

Procurado para comentar, o porta-voz da Zignal deu a seguinte declaração: “Embora a Anomaly 6 tenha demonstrado no passado seus recursos para a Zignal Labs, a Zignal Labs não tem um relacionamento com a Anomaly 6. Nunca integramos os recursos da Anomaly 6 em nossa plataforma nem oferecemos a Anomaly 6 a nenhum de nossos clientes”.

Quando perguntado sobre a apresentação da empresa e seus recursos de vigilância, o cofundador da Anomaly Six, Brendan Huff, respondeu por e-mail que “a Anomaly Six é uma pequena empresa de propriedade de veteranos que se preocupa com os interesses americanos, a segurança natural e entende a lei”.

Empresas como a A6 são alimentadas pela onipresença dos SDKs – pacotes de código prontos para uso que os fabricantes de software podem inserir em seus aplicativos para facilitar a inclusão de funcionalidades e monetizar suas ofertas com anúncios. De acordo com Clark, a A6 pode obter medições exaltas de GPS coletadas por meio de parcerias secretas com “milhares” de aplicativos de smartphone – um modo de operar que ele descreveu na apresentação como uma “abordagem ‘da fazenda à mesa’ para aquisição de dados”. Esses dados não são úteis apenas para pessoas que esperam vender coisas: o comércio global de dados pessoais, amplamente não regulamentado, encontra cada vez mais clientes, não apenas em agências de marketing, mas também em agências federais de rastreamento de imigrantes e alvos de drones e por órgãos que estabelecem sanções econômicas e fiscalizam a evasão fiscal. De acordo com dados públicos analisados inicialmente pela Motherboard, em setembro de 2020 o Comando de Operações Especiais dos EUA pagou 590 mil dólares à Anomaly Six para ter um ano de acesso ao “feed de telemetria comercial” da empresa.

O software da Anomaly Six permite que os clientes naveguem por todos esses dados com uma visualização intuitiva, ao estilo da visão de satélite do Google Maps. Os usuários precisam apenas encontrar um local de interesse e desenhar uma caixa ao redor dessa localização. A A6 preenche a delimitação com pontos que indicam smartphones que passaram pela área. O clique em um ponto fornece linhas que representam os movimentos do dispositivo – e de seu proprietário – em um bairro, cidade ou mesmo no exterior.

Enquanto as forças armadas russas se aproximavam da fronteira com a Ucrânia, o representante de vendas da A6 detalhou como a vigilância por GPS poderia ajudar a transformar a Zignal em uma espécie de agência de espionagem privada, capaz de auxiliar a clientela estatal no monitoramento dos movimentos de tropas. Imagine, explicou Clark, se os tuítes da zona de crise que a Zignal rapidamente trouxe à tona fossem apenas o começo. Usando imagens de satélite tuitadas por contas que conduzem as cada vez mais populares investigações de “inteligência open source” – conhecida pela sigla em inglês OSINT –, Clark mostrou como o rastreamento por GPS da A6 permitiria aos clientes da Zignal determinar não apenas que a concentração de forças militares estava ocorrendo, como também rastrear telefones de soldados russos durante a mobilização para apontar onde exatamente eles haviam treinado, estavam instalados e a quais unidades pertenciam. Clark mostrou o software da A6 rastreando os telefones das tropas russas de forma retroativa, indicando localizações anteriores, distantes da fronteira, como uma instalação militar próxima à cidade russa de Yurga. O representante da A6 sugeriu que os aparelhos poderiam ser rastreados até as residências dos militares. Reportagens anteriores do Wall Street Journal indicam que esse método de rastreamento já é usado para monitorar manobras militares russas e que as tropas americanas estão igualmente vulneráveis.

Em outra demonstração, Clark aproximou a visualização do mapa em direção à cidade de Molkino, no sul da Rússia, onde os mercenários do Grupo Wagner estariam instalados. O mapa mostrava dezenas de pontos indicando dispositivos na base do grupo e linhas dispersas apontando movimentos recentes. “Você pode começar a assistir a esses dispositivos”, explicou Clark. “Sempre que eles começam a deixar a área, estou analisando a potencial atividade de pré-deslocamento de atores russos não padronizados, seu pessoal não uniforme. Se você os vir entrando na Líbia, na República Democrática do Congo ou algo do tipo, isso pode ajudar a entender melhor as possíveis ações de soft power que os russos estão adotando.”

Para impressionar completamente seu público com o imenso poder do software, a Anomaly Six fez o que poucos no mundo são capazes: espionar espiões americanos.
A apresentação observou que esse tipo de vigilância telefônica em massa poderia ser usado pela Zignal para ajudar clientes não especificados com “contramensagens”, desmascarando as alegações russas de que tais mobilizações militares seriam meros exercícios de treinamento e não a preparação para uma invasão. “Em termos de contramensagem, vocês têm grande parte do valor de fornecer ao cliente a peça de contramensagem – [A Rússia está] dizendo: ‘Ah, é apenas local, regional… Exercícios.’ Tipo assim, não. Podemos ver pelos dados que eles estão vindo de toda a Rússia.”

Para impressionar o público da apresentação com o imenso poder do software, a Anomaly Six fez o que poucos no mundo são capazes: espionar espiões americanos. “Gosto de tirar sarro do nosso próprio povo”, disse Clark. Abrindo uma visão de satélite semelhante ao Google Maps, o representante de vendas mostrou a sede da NSA em Fort Meade, em Maryland, e a sede da CIA em Langley, na Virgínia. Com delimitações virtuais desenhadas em torno de ambas – técnica conhecida como geofencing –, o software da A6 revelou uma incrível recompensa de inteligência: 183 pontos representando telefones que visitaram ambas as agências, potencialmente pertencentes a membros da inteligência americana, com centenas de linhas revelando seus movimentos, prontos para serem rastreados no mundo inteiro. “Se eu sou um oficial de inteligência estrangeiro, agora tenho 183 pontos de partida”, observou Clark.

A NSA e a CIA se recusaram a comentar.

A Anomaly Six rastreou um dispositivo que visitou as sedes da NSA e da CIA e uma base aérea próxima de Zarqa, na Jordânia. Captura de tela: The Intercept/Google Maps

Ao clicar em um dos pontos da NSA, Clark pôde seguir os movimentos exatos daquele indivíduo – praticamente todos os momentos de sua vida durante um período prévio de um ano. “Pense em coisas divertidas como terceirização”, disse Clark. “Se sou um oficial de inteligência estrangeiro, não tenho acesso a coisas como a agência ou o forte, mas posso descobrir onde essas pessoas moram, para onde viajam, quando saem do país.” A demonstração rastreou o indivíduo nos EUA e no exterior até um centro de treinamento e um aeródromo a cerca de uma hora de carro, a noroeste da Base Aérea Muwaffaq Salti, em Zarqa, Jordânia, onde os EUA mantêm uma frota de drones.

“Não é preciso muita criatividade para ver como espiões estrangeiros podem usar essas informações para espionagem, chantagem, todo tipo de, como costumavam dizer, atos covardes.”

“Com certeza há uma séria ameaça à segurança nacional se um analista de dados puder rastrear algumas centenas de funcionários de inteligência em suas casas e no mundo inteiro”, afirmou ao Intercept o senador democrata Ron Wyden, crítico da indústria de dados pessoais. “Não é preciso muita criatividade para ver como espiões estrangeiros podem usar essas informações para espionagem, chantagem, todo tipo de, como costumavam dizer, atos covardes.”

De volta aos EUA, o indivíduo em questão foi rastreado até sua casa. O software da A6 inclui uma função chamada “Regularidade”, um botão em que os clientes podem clicar para analisar locais visitados com frequência, permitindo que se deduza onde um alvo mora e trabalha, embora os pontos de GPS fornecidos pela A6 omitam o nome do proprietário do telefone. Pesquisadores de privacidade afirmam há muito tempo que mesmo dados “anônimos” de localização podem ser facilmente associados a um indivíduo com base nos lugares que ele mais frequenta, um fato confirmado pela demonstração da A6. Depois de apertar o botão “Regularidade”, Clark ampliou uma imagem do Google Street View da casa do indivíduo.

“A indústria alegou repetidamente que coletar e vender esses dados de localização de celulares não violam a privacidade por estarem vinculados a números de identificação de dispositivos em vez de nomes de pessoas. Esse recurso prova que essas alegações são superficiais”, disse Nate Wessler, vice-diretor do Projeto de Expressão, Privacidade e Tecnologia da União Americana das Liberdades Civis, a ACLU. “É claro que seguir os movimentos de uma pessoa 24 horas por dia, todos os dias, dirá onde ela mora, onde trabalha, com quem passa o tempo e quem ela é. A violação de privacidade é imensa.”

A demonstração continuou com um exercício de vigilância assinalando movimentos navais dos EUA, usando uma foto de satélite tuitada do barco USS Dwight D. Eisenhower, no Mar Mediterrâneo, realizada pela empresa Maxar Technologies. Clark explicou como uma foto de satélite poderia ser transformada em um recurso de vigilância ainda mais poderoso do que uma imagem obtida do espaço. Usando as coordenadas de latitude e longitude e a indicação de horário vinculadas à foto da Maxar, a A6 conseguiu captar um sinal de telefone oriundo da posição do navio naquele exato momento, ao sul de Creta. “É preciso apenas um”, observou Clark. “Quando olho para trás, onde esteve esse dispositivo? De volta a Norfolk. E o que mais vemos no porta-aviões? Aqui estão todos os outros dispositivos.” Sua tela revelou uma visão da embarcação ancorada na Virgínia, repleta de milhares de pontos coloridos representando pings de localização de telefones coletados pela A6. “Bem, agora eu posso ver toda vez que aquele navio está se deslocando. Não preciso de satélites. Posso usar isso.”

Embora Clark tenha admitido que a empresa tem muito menos dados disponíveis sobre os proprietários de telefones chineses, a demonstração mostrou ao final um ping de GPS captado a bordo de um suposto submarino nuclear chinês. Usando apenas imagens de satélite não classificadas e dados de publicidade comercial, a Anomaly Six conseguiu rastrear com precisão movimentos das forças militares e de inteligência mais sofisticadas do mundo. Com ferramentas como as vendidas pela A6 e pela Zignal, até mesmo um aficionado de inteligência open source teria poderes de vigilância global anteriormente exclusivos a nações. “As pessoas colocam muita coisa nas redes sociais”, acrescentou Clark com uma risada.

Como os dados de localização proliferaram sem supervisão do governo dos EUA, uma mão lava a outra, criando um setor privado com poderes de vigilância de magnitude estatal que também podem alimentar o crescente apetite do estado por vigilância, sem o habitual escrutínio judicial. Os críticos dizem que o comércio livre de dados publicitários constitui uma brecha na Quarta Emenda, a qual exige que o governo leve seu caso a um juiz para ter acesso às coordenadas de localização de um provedor de celular. Mas a mercantilização total dos dados telefônicos permite que o governo dos EUA abra mão de ordens judiciais e simplesmente compre dados muitas vezes ainda mais precisos que os fornecidos por empresas de telefonia como a Verizon. Defensores das liberdades civis afirmam que isso abre uma lacuna perigosa entre as proteções pretendidas pela Constituição e a compreensão da lei sobre o comércio moderno de dados.

“A Suprema Corte deixou claro que as informações de localização de celular são protegidas pela Quarta Emenda devido à imagem detalhada da vida de uma pessoa que ela pode revelar”, explicou Wessler. “As compras de acesso a dados de localização confidenciais de americanos por agências governamentais levantam sérias questões sobre se elas estão envolvidas em uma operação ilegal no que diz respeito à exigência de mandado da Quarta Emenda. É hora de o Congresso acabar de uma vez por todas com a insegurança jurídica que permite essa vigilância, avançando para a aprovação da lei ‘A Quarta Emenda Não Está à Venda’.”

Embora tal legislação pudesse restringir a capacidade do governo de pegar carona na vigilância comercial, os criadores de aplicativos e os analistas de dados permaneceriam livres para vigiar os proprietários de telefones. Ainda assim, Wyden, coautor do projeto de lei, disse ao Intercept que acredita que “essa legislação manda uma mensagem muito forte” ao “Velho Oeste” da vigilância baseada em anúncios, mas que reprimir a cadeia de fornecimento de dados de localização seria “certamente uma questão para o futuro”. Wyden sugeriu que a Comissão Federal de Comércio poderia lidar melhor com a proteção do rastro de localização obtido por aplicativos de espionagem e anunciantes. Outra legislação, introduzida anteriormente por Wyden, capacitaria a comissão a reprimir o compartilhamento promíscuo de dados e ampliar a capacidade dos consumidores de optar por não rastrear anúncios.

A A6 está longe de ser a única empresa envolvida na privatização do rastreamento e da vigilância de dispositivos. Três dos principais funcionários da Anomaly Six trabalharam antes na concorrente Babel Street, que listou os três em um processo de 2018, noticiado pelo Wall Street Journal. De acordo com o documento, Brendan Huff e Jeffrey Heinz fundaram a Anomaly Six (e a menos conhecida Datalus 5) meses depois de deixarem a Babel Street, em abril de 2018, com a intenção de replicar o Locate X – produto de vigilância de localização de celular da Babel – em parceria com a Semantic AI, concorrente da Babel. Em julho de 2018, Clark seguiu os passos de Huff e Heinz. Deixou o cargo de “interface principal para… clientes da comunidade de inteligência” e se tornou funcionário da Anomaly Six e da Semantic.

Como seu rival Dataminr, a Zignal anuncia suas parcerias mundanas com a marca de roupas Levi’s e o time de basquete Sacramento Kings, mostrando-se em termos vagos, com pouca indicação de que usa o Twitter para fins de inteligência – uma violação ostensiva da política antivigilância do Twitter. Os laços da Zignal com o governo são profundos: o conselho consultivo da empresa inclui um ex-chefe do Comando de Operações Especiais do Exército dos EUA, Charles Cleveland, bem como o CEO do Grupo Rendon, John Rendon, cuja biografia informa que ele “foi pioneiro no uso de comunicações estratégicas e gerenciamento de informações em tempo real como um elemento do poder nacional, servindo como consultor da Casa Branca, da comunidade de Segurança Nacional dos EUA, incluindo o Departamento de Defesa dos EUA. ” Além disso, dados públicos afirmam que a Zignal recebeu cerca de 4 milhões de dólares para subcontratar, por meio da empresa de recrutamento de defesa ECS Federal, o Projeto Maven para “Agregação de Dados… Publicamente Disponíveis” e um “Enclave de Informações Publicamente Disponíveis” relacionado à Rede Não Classificada Segura do exército dos EUA.

A notável capacidade global da Anomaly Six é representativa do salto quântico que ocorre no campo da inteligência . Embora o termo seja frequentemente usado para descrever o trabalho de detetive habilitado pela internet, baseado em registros públicos para, digamos, identificar a localização de um crime de guerra a partir de um videoclipe granulado, os sistemas de “inteligência open source automatizada” agora usam software para combinar enormes conjuntos de dados que ultrapassam o que um humano poderia fazer por conta própria. A inteligência open source automatizada também se tornou um nome inadequado, usando informações que não são de forma alguma “código aberto” ou de domínio público, tais como dados comerciais de GPS que devem ser comprados de um analista privado.

Embora poderosas, as técnicas de inteligência open source geralmente são protegidas de acusações de violação de privacidade porque a natureza “código aberto” das informações significa que elas já eram, em certa medida, públicas. Essa é uma defesa que a Anomaly Six, com seus bilhões de pontos de dados adquiridos, não consegue reunir. Em fevereiro, o Comitê Holandês de Revisão dos Serviços de Inteligência e Segurança divulgou relatório sobre técnicas automatizadas de inteligência open source e a ameaça à privacidade pessoal que elas podem representar: “O volume, a natureza e a variedade de dados pessoais nessas ferramentas automatizadas de inteligência open source podem levar a uma violação mais grave dos direitos fundamentais, em particular o direito à privacidade, do que consultar dados de fontes de informação online publicamente acessíveis, como dados de redes sociais publicamente acessíveis ou dados recuperados usando um mecanismo de pesquisa genérico”. Essa fusão de dados públicos, registros pessoais adquiridos de forma privada e análise computadorizada não é o futuro da vigilância governamental, mas o presente. No ano passado, o New York Times noticiou que a Agência de Inteligência da Defesa “compra bancos de dados comercialmente disponíveis contendo dados de localização de aplicativos de smartphones e realiza buscas retroativas, sem mandado, de movimentos de americanos”, um método de vigilância que hoje é praticado regularmente por órgãos como o Pentágono, o Departamento de Segurança Interna e a Receita Federal dos EUA, entre outros.

Tradução: Ricardo Romanoff
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Fonte:https://theintercept.com/2022/05/24/anomaly-six-empresa-rastreia-celular-cia-nsa/

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Do  portal VIVABEM, 31.08.20

Por  Lucas Vasconcelos  Colaboração para o VivaBem


Há na natureza um grupo pouco explorado na alimentação, ao menos pelos brasileiros, chamado de Panc (abreviação para plantas alimentícias não convencionais). Como o nome diz, são plantas comestíveis e geralmente muito ricas em nutrientes. Um dos representantes das Pancs é a ora-pro-nóbis (do latim, "rogai por nós"). Com folhas verdes escuras, é mais popular cobrindo cercas e muros do que compondo pratos no dia a dia. Desperdício, tendo em vista a riqueza nutricional. O estado de Minas Gerais é o local em que ela tem mais popularidade. Na cidade de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, há mais de 20 anos acontece um festival dedicado a ela.

A ora-pro-nóbis, apelidada de carne de pobre, ajuda a evitar o envelhecimento precoce da pele e das células, é aliada do bom funcionamento do intestino e ajuda a manter e a ganhar massa magra. E o melhor: é de fácil cultivo, propagação e resistente a mudanças climáticas. Para cultivar em casa, é necessário um espaço que bata luz solar. Pode ser consumida in natura ou como matéria-prima para a elaboração de farinha, posteriormente utilizada como base para o preparo de bolos, tortas e pães. As flores funcionam como decoração em pratos e os frutos dão sabor a geleias e licores. Confira, abaixo, alguns dos nutrientes que se destacam na ora-pro-nobis e como aproveitá-los.

1. Ajuda na saúde intestinal

A planta é conhecida por crescer em paredes em algumas regiões do Brasil Imagem: Reprodução

O consumo de ora-pro-nobis ajuda no bom funcionamento do processo digestivo. Isso acontece devido às fibras, cada 100 gramas da folha in natura contêm 4,88 g de fibra —já a versão em farinha chega a ter 39 g de fibra em uma porção de 100 g. A ingestão de fibras, atrelada a da água ao longo do dia, regulariza o organismo para idas regulares ao banheiro para fazer cocô —logo, minimiza-se o risco de constipação, formação de pólipos, hemorróidas e até tumores. As fibras também promovem saciedade, o que é importante para evitar a ingestão exagerada de comida.

2. Potencial anti-inflamatório e antioxidante

Essa Panc conta com compostos bioativos e compostos fenólicos. Essas substâncias estão presentes em alimentos de origem vegetal e, dentro no nosso organismo, tem ação antioxidante e anti-inflamatória —contribuindo para a regeneração do DNA e na prevenção de cânceres. Além disso, ajudam a manter a saúde intestinal e cerebral. Para se ter ideia, a quantidade de compostos fenólicos na ora-pro-nóbis é aproximadamente 4,5 vezes maior do que no almeirão. O chá, feito a partir das folhas de ora-pro-nobis, tem função depurativa, sendo indicado para auxiliar em problemas inflamatórios, como cistite e úlceras. Também é útil para o tratamento e prevenção de varizes.

3. É aliada da saúde do bebê

Folhas verdes escuras costumam ter alto teor de vitamina B9 (ácido fólico). O ácido fólico é necessário para gestantes, pois ajuda a evitar problemas de má-formação com o bebê. A ora-pro-nóbis contam com alta concentração dessa vitamina (para cada 100 gramas, há 19,3 mg de ácido fólico). Mas lembre-se: a quantidade de vitamina que é essencial para cada gestante e como ministrá-la na rotina deve ser conversada diretamente com o médico de confiança.

4. Fortalece o sistema imunológico

A ora-pro-nobis conta com vitamina C em sua composição - necessária para manter o sistema imunológico fortalecido, evitando a presença de doenças oportunistas. Também é aliada dos cuidados estéticos da pele, evitando o envelhecimento precoce. Essa função é turminada com a presença da vitamina A, presente na planta. A vitamina A auxilia também na proteção da saúde dos olhos.

5. Alternativa para os vegetarianos 

As proteínas são fundamentais para o funcionamento do nosso sistema imunológico, cerebral, ósseo e hepático, além de comporem a estrutura de nossos músculo, cabelos e unhas e pele. O apelido carne de pobre dada a ora-pro-nóbis se deve a quantidade de proteína que contém em suas folhas. A cada 100 g tem mais ou menos 20 g de proteína —esse valor é correspondente, por exemplo, a uma dose de whey protein ou a três ovos. Tem também o dobro do que apresenta a quinoa, que é celebrada como um superalimento. Apesar da alcunha, a conversão de proteína quando se fala de um produto vegetal não é tão simples em comparação a uma carne. "Quando a gente pensa .

Como consumir


A ora-pro-nobis pode ser consumida de diversas maneiras (crua, refogada) e na composição de muitos pratos (salada, sopas, tortas). Contudo, uma maneira de aproveitar, de fato, todos os nutrientes dela, é cozinhá-la com um pouco de água, entre um minuto e um minuto e meio. A água, após o término, deve descartada. Dessa maneira, diminuem os fatores antinutricionais. Embora haja a recomendação para ser incluída na dieta cotidiana, é importante prezar pela variedade de alimentos. A quantidade deve ser estabelecida com um profissional especializado.

Que gosto a ora-pro-nóbis tem? A folha da ora-pro-nobis, que é a parte mais facilmente encontrada e em que os estudos são baseados, tem formato laminar e é lisa. O gosto lembra o da couve-manteiga. Ao morder, é possível sentir que ela é viscosa.

De onde vem tanta coisa boa? As PANC, como a ora-pro-nóbis, são espontâneas e selvagens. Por esse motivo, utilizam todo o potencial de seu metabolismo primário e secundário, responsáveis pela produção de seus nutrientes e compostos ativos. Quando comparamos a ora-pro-nóbis com outras hortaliças convencionais, que são cultivadas em sistemas de monoculturas e sem a diversidade ambiental e do solo, as Pancs tendem a apresentar mais nutrientes.

Fontes: Edson Credidio, médico nutrólogo e clínico geral, doutor em Ciências de Alimentos e PhD em alimentos bioativos pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Lícia D' Ávila, nutricionista com especialização em nutrição funcional e em exames hematológicos pelo INA (Instituto de Nutrição Avançada) e curso de iniciação em fitoterapia pela USP (Universidade de São Paulo); e Neiva Souza, nutricionista, doutoranda pela Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), especialista em fitoterapia, nutrição clínica funcional e nutrição esportiva funcional. Referência: Livro Alimentos Funcionais na Nutrologia Médica, Edson Credidio (Editora Ottoni).

Errata: o texto foi atualizado Diferentemente do informado, 100 g de ora-pro-nobis possuem 4,88 g de fibras e não 1 g. O texto já foi corrigido.
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Fonte:https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/08/31/ora-pro-nobis-e-rica-em-proteinas-e-versatil-nos-preparos-saiba-mais.htm

NOVO PROJETO DO JORNALISTA LEANDRO DEMORI, EX-THE INTERCEPT BRASIL

22.06.2022


Por Leandro Demori


Leandro Demori é um dos mais importantes jornalistas brasileiros e um expoente da primeira geração de comunicadores que mergulhou o jornalismo tradicional no caldeirão da revolução tecnológica da internet. Seu estilo único atrai milhares de pessoas.

Agora, Demori decidiu partir para um voo solo. Ou, na verdade, um voo compartilhado com você, apoiador. Este apoio coletivo vai ser a base para que ele erga sua voz contra os abusos de poder e possa explicar as engrenagens por trás das confusas cortinas de fumaça da política. Um canal de vídeo e uma newsletter entrarão no ar em junho e você é parte fundamental disso!

Demori ficou nacionalmente conhecido em 2019 quando liderou a Vaza Jato, uma série jornalística que mudou a história do país e ganhou atenção no mundo todo – publicada pelo The Intercept Brasil, veículo que ele comandou como editor-executivo por mais de quatro anos.

Ele vai investir em seu canal de vídeos, em sua newsletter e em suas redes sociais para mergulhar fundo neste ano eleitoral histórico para o Brasil. Serão conteúdos diários para ajudar o público a navegar na tempestade política atual em busca de sombra em terra firme.  

Seu apoio é fundamental para dar suporte jurídico, jornalístico, técnico e de equipe para que as denúncias e análises sejam publicadas.

Demori foi editor do site da Revista Piauí, editor da plataforma Medium, do blog de sátira política A Nova Corja – premiado como um dos mais importantes blogs da década de 2000, também indicado pela rede de televisão alemã Deutsche Welle como um dos principais blogs em língua portuguesa do mundo. 

Escreveu o livro Cosa Nostra no Brasil, a história de um mafioso que derrubou um império (Companhia das Letras).

Recebeu os prêmios Direitos Humanos de Jornalismo, República (concedido pela Associação Nacional dos Procuradores da República), Comenda Guilhermino Cesar pela Liberdade de Expressão (MPC-RS), foi finalista do Prêmio Vladimir Herzog e do Prêmio Gabriel García Márquez (Colômbia).

É professor convidado da Universidade de Oslo, na Noruega, e há mais de 10 anos ministra cursos sobre jornalismo investigativo, tendo mais de 1000 alunos. Nos últimos anos, é uma das mais potentes vozes que denunciam a situação do Brasil no mundo e por conta do seu jornalismo de impacto desde de 2019 vive sob escolta de seguranças.

Vem com a gente! Apoie nossa voz! Para além de se tornar parte do nosso movimento, você também receberá recompensas incríveis! Dê uma olhada no menu à sua direita e nos vemos logo!

Abraços!
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Fonte:https://apoia.se/leandrodemori

Licença-maternidade: quanto tempo dura? Confira as novas regras

22.06.2022

Do CONCURSOS NO BRASIL, 16.06.22

Por Márcia Andréia

Licença-maternidade é concedida em alguns casos com nova regra aprovada por meio da Comissão da Câmara dos Deputados.

Créditos:  SINDIFAST NEWS

A licença-maternidade é um benefício concedido às mães que geraram os filhos, em casos de adoção ou de guarda para fins de adoção, além de aborto espontâneo. Assim, o tempo da licença-maternidade será variável conforme a condição em que se encontra.

Além disso, a licença-maternidade teve nova regra aprovada por meio da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que determina o prazo máximo de 30 dias para o pagamento do salário-maternidade, contados a partir da data de solicitação da cidadã.

Quanto tempo dura a licença-maternidade?

A regra geral da licença-maternidade institui os seguintes prazos:

120 dias em caso de parto;
120 dias em caso de adoção de menor de idade ou guarda judicial com objetivo de adoção;
120 dias em caso de natimorto (morte do feto no útero ou no parto);
14 dias para o caso de aborto espontâneo ou previstos em lei (estupro ou risco de vida para a mãe), a critério do médico.

Saiba mais sobre as novas regras da licença-maternidade

O valor correspondente ao salário-maternidade tem o calculo realizado com base nos últimos 12 salários de contribuição. O teto máximo para isso é de R$ 6.433,57 e o menor valor é de um salário mínimo. Aqueles que atuam com carteira assinada não terão redução de salário durante a licença-maternidade.

O Instituto Nacional do Seguro Social é quem realiza os pagamentos durante o período de licença-maternidade.

A Lei de Benefícios da Previdência Social prevê atualmente que o primeiro pagamento do INSS seja realizado em até 45 dias após pedido nos casos de empregada doméstica, segurada especial, contribuinte individual, trabalhadora avulsa e segurada desempregada. Atualmente, não existem consequências para o INSS diante de eventuais atrasos.

O Projeto de Lei 10021/18, do Senado Federal, determina que caso o prazo não seja cumprido, o benefício será concedido automaticamente, de maneira provisória, sem prejuízo posterior à análise do Instituto Nacional do Seguro Social.

Para o autor da proposta, o objetivo do projeto de lei é o combate da morosidade do INSS nos pedidos de salário-maternidade.

Após sanção do projeto, caso o prazo não seja cumprido, o benefício será concedido de maneira automática e provisória. No momento, o texto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados.
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Fonte:https://concursosnobrasil.com/beneficios-sociais/2022/06/16/licenca-maternidade-quanto-tempo-dura-confira-as-novas-regras/

RACISMO: Vídeos degradantes de crianças africanas viram entretenimento na China

20.06.2022

Do canal da BBC NEWS BRASIL, 14.06.22

Por Runako Celina e Henry Mhango, do BBC África Eye

Em fevereiro de 2020, um vídeo chocante começou a circular nas redes sociais chinesas.

Um grupo de crianças africanas era instruído, por uma voz fora da câmera, a cantar frases em chinês. As crianças repetem as palavras com sorrisos e entusiasmo – mas não entendem que o que estão sendo dizendo é "sou um monstro negro e meu QI é baixo".

O clipe provocou indignação na China e além das fronteiras do país. Mas algumas perguntas nunca foram respondidas: por que isso foi gravado? Onde foi gravado? Afinal, quem fez isso?

Os repórteres Runako Celina e Henry Mhango, do BBC África Eye, foram atrás das respostas.

Durante a investigação, descobriram uma indústria de produção de vídeos que explora crianças vulneráveis em todo o continente africano.

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Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=41sBSAYAR48

21 junho 2022

Clarice Ferraz: privatização da Eletrobras põe em risco toda a economia brasileira

21.06.2022

Do portal OPERA MUNDI, 16.06.22

Por  Pedro Alexandre Sanches, São Paulo (Brasil)

Economista critica financeirização do setor elétrico e fala sobre aumento imprevisível nas tarifas e riscos geopolíticos; veja vídeo na íntegra

A privatização da Eletrobras foi o tema do 20 MINUTOS ENTREVISTA,  com Clarice Ferraz, especialista nas áreas de economia de energia, regulação políticas públicas energéticas e estudos de fontes renováveis. 

Para ela, a privatização do setor energético e o desmonte de um sistema nacionalmente interligado colocam em risco toda a economia brasileira, com potencial de gerar inflação, desindustrialização e efeitos sobre todos os setores econômicos. “Está todo mundo muito chocado com a tarifa, mas o aumento do preço da carne, a inflação, tudo é causado pelo preço da eletricidade. A inflação da energia se propaga por toda a economia”, afirmou. 

A privatização deve elevar tarifas a preços imprevisíveis, em sua avaliação: “estão fazendo o comprovadamente errado, que é vender uma empresa às vésperas de uma reorganização das regras do jogo. Quando a gente fala que a tarifa vai aumentar 20%, é com as regras de hoje. No novo regime ninguém sabe, o aumento pode ser de 30%, 40%”. 

Ferraz observou que, desde o início da abertura do sistema por Fernando Henrique Cardoso, o aumento da eletricidade residencial acima da inflação é de 74%, e da indústria, 174%. Uma das consequências, disse, foi a desindustrialização acelerada do país, já que a meta é fazer caixa para governos, e não fortalecer o papel estratégico da Eletrobrás para o Brasil.

A diretora do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico Ilumina) criticou a transação de privatização, classificando como “opaca” em oposição à transparência sempre apregoada por empresas do setor.

“A Eletrobras foi vendida e a gente não sabe quem é o dono. É um escândalo não sabermos quem participou do butim na venda da maior empresa de eletricidade da América Latina. Quando a gente souber, vai saber quem estava puxando essa corda”, disse.

Os casos da hidrelétrica Itaipu Binacional e da Eletrobras Eletronuclear, empresa de economia mista que opera usinas termoelétricas, têm o potencial de causar instabilidade geopolítica, defende a pesquisadora. “Não houve uma palavra do Itamaraty sobre um acordo que é internacional. Há uma enorme confusão em torno de Itaipu, e não estão nem aí. Criam conflito geopolítico, quebram regras, não ligam para o que pode acontecer na Justiça no ano que vem", afirmou Ferraz.

A economista lembra que, legalmente, nenhuma das duas empresas é privatizável: a Eletronuclear por se tratar de setor de segurança nacional e a Itaipu, porque envolve um tratado binacional sem data de prescrição. “Provavelmente os investidores vão querer se livrar da Eletronuclear e, se eles saírem, acabou o programa nuclear brasileiro”, prevê.

Reprodução: Ferraz comentou sobre aumento imprevisível nas tarifas e riscos geopolíticos das privatizações 
 
Também programas democratizantes do setor elétrico, como o Luz para Todos, ficarão inviabilizados na prática pela privatização da Eletrobras. “Vai acabar. Não vai haver interesse das empresas privadas, porque não dá lucro, ao contrário”, disse. Em termos logísticos, afirma, os custos aumentam cada vez mais à medida que se pretenda levar energia aos brasileiros mais isolados e com menor poder aquisitivo. 

Para ela, o Brasil teve ganhos extraordinários ao construir um sistema interligado, o que faz o país compartilhar riscos, mas também sua abundância energética natural. O modelo foi construído para funcionar à base de matrizes renováveis, na época hidrelétricas, hoje também eólicas e solares. 

A cadeia de energia eólica, formulada durante os governos petistas, partiu do zero para representar 13% da matriz energética do país em duas décadas. É a segunda energia mais barata, mas a expansão não corresponde à utilização efetiva, o que colabora para elevar as tarifas: "no Brasil os pequenos assumem tudo, enquanto os investidores não perderam 1% de seus dividendos".

Indústria da eletricidade

Resumindo a história do setor energético no Brasil, a especialista explicou que o desenvolvimento do país dependeu da saída do modelo inicial, de empresas privadas fornecedoras de eletricidade (como a Light), para a estatização proposta por Getúlio Vargas em 1954 e efetivada em 1961. 

A evolução de país agrário subdesenvolvido para industrializado não aconteceria sob um modelo que travava o crescimento, segundo ela. “A intervenção estatal vem para suplementar e tirar o capital privado, que é insuficiente, vive daquela renda e não tem nenhuma preocupação com os propósitos do setor elétrico", disse.

Iniciada em 1995 pelo governo tucano, a primeira reforma liberalizante ficou inconclusa, em meio a apagões, crises de abastecimento e racionamento, e é retomada agora sob Bolsonaro. “Saem privatizando porque querem dinheiro e o setor elétrico, deixa para lá. Só que quando se deixa para lá, um país inteiro pode colapsar”, observou Clarice.

Comentando apagões recentes no estado do Amapá e no Texas, nos Estados Unidos, ela criticou a contratação de termelétricas pelo governo Bolsonaro, classificando o gás como "o cerne” do conflito mundial na Ucrânia, "a energia da guerra, cara e poluente”. 

Para ela, a substituição, pela Alemanha, do gás barato obtido da Rússia pelo “gás da democracia” norte-americana corresponde ao ocaso de uma potência industrial. “Se acabar a energia barata, vai acabar a indústria da Alemanha. A Europa subjugada pelos Estados Unidos é difícil de entender. Qualquer suicídio energético se traduz em suicídio econômico”, concluiu.

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Fonte:https://operamundi.uol.com.br/20-minutos/75121/clarice-ferraz-privatizacao-da-eletrobras-poe-em-risco-toda-a-economia-brasileira

20 junho 2022

Covid-19: Saúde anuncia quarta dose da vacina para pessoas acima de 40 anos

20.06.2012

Do portal UOL 

Por Do UOL, em São Paulo

O Ministério da Saúde anunciou hoje a ampliação da aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19 para pessoas acima dos 40 anos. A extensão da faixa etária que vai passar a receber a segunda dose de reforço, como é tecnicamente chamada, vale para aqueles que iniciaram o esquema vacinal com os imunizantes da AstraZeneca, Pfizer ou CoronaVac. Para quem começou o esquema vacinal com o imunizante da Janssen, que tem dose única, a pasta também anunciou a terceira dose para pessoas com mais de 18 anos e a quarta dose para aqueles que têm mais de 40 anos.

Segundo o ministério, as pessoas nessas faixas etárias já podem procurar os postos de saúde para receberem a aplicação das vacinas a partir de hoje. Ainda não são todas as cidades em que a aplicação está disponível. Veja a seguir um resumo dos novos públicos liberados para aplicação de reforço:

Para quem começou vacinação com AstraZeneca, Pfizer ou CoronaVac: 

4ª dose: para pessoas acima de 40 anos 

Para quem começou vacinação com Janssen: 

3ª dose: para pessoas acima de 18 anos 

4ª dose: para pessoas acima de 40 anos.

A ampliação do público-alvo para a quarta dose se dá em um momento em que o Brasil enfrenta, após flexibilizações, uma alta no número de mortes e casos conhecidos e após alguns estados e municípios voltarem a recomendar o uso de máscaras em locais fechados.

Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, o Brasil registrou ontem uma alta na média móvel de mortes pela covid-19 pelo nono dia consecutivo — o aumento foi de 73%. Estão em ascensão também os números das regiões Centro-Oeste (98%), Sudeste (1022%) e Sul (39%).

Em entrevista ao jornal O Globo, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira, disse que a quarta dose deve ter a aplicação liberada para toda a população adulta acima de 18 anos nos próximos meses. Segundo Pereira, no entanto, ainda não há uma decisão se todas as faixas etárias terão acesso ao imunizante por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) ou por clínicas particulares.

No começo deste mês, a Saúde já havia ampliado a aplicação da dose em adultos com mais de 50 anos e trabalhadores da saúde de todas as idades. À época, a pasta argumentou que a medida era necessária considerando a "necessidade de reforçar a imunização da faixa etária e de trabalhadores que estão na linha de frente dos serviços de saúde, com maior risco de contaminação".

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Fonte:https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2022/06/20/ministerio-saude-vacinacao-covid.htm

GUSTAVO PETRO: Colômbia elege ex-guerrilheiro Petro como primeiro presidente de esquerda

20.06.2022
Do portal da Agência Reuters, 19.06.22
Por Nelson Bocanegra, Oliver Griffine Carlos Vargas

O candidato de esquerda colombiano Gustavo Petro abraça sua candidata à vice-presidente Francia Marquez da coalizão Pacto Histórico após a vitória de Petro no segundo turno da eleição presidencial, na Arena Movistar, em Bogotá, Colômbia 19 de junho de 2022

BOGOTÁ/BUCARAMANGA (Reuters) - O esquerdista Gustavo Petro, ex-membro do movimento guerrilheiro M-19, que prometeu mudanças sociais e econômicas profundas, conquistou a presidência da Colômbia neste domingo, o primeiro progressista a fazê-lo na história do país. .

Petro venceu o magnata da construção Rodolfo Hernandez com uma margem inesperadamente ampla de mais de 700.000 votos no que analistas disseram ser uma demonstração da ânsia dos colombianos por esforços para combater a profunda desigualdade.

Petro, ex-prefeito da capital Bogotá e atual senador, prometeu combater a desigualdade com educação universitária gratuita, reformas previdenciárias e altos impostos sobre terras improdutivas. Ele ganhou 50,5% contra 47,3% de Hernandez.

As propostas de Petro - especialmente a proibição de novos projetos de petróleo - surpreenderam alguns investidores, embora ele tenha prometido respeitar os contratos atuais.

Sua vitória deve causar nervosismo no mercado até que seu gabinete seja anunciado, disseram analistas à Reuters no domingo.

"A partir de hoje a Colômbia muda; a Colômbia é diferente", disse Petro aos torcedores na arena de shows de Bogotá. "A mudança consiste precisamente em deixar para trás o sectarismo."

"Não é hora de ódio, este governo, que começará em 7 de agosto, é um governo de vida", disse.

Alejandro Forero, 40, que usa cadeira de rodas, chorou quando os resultados chegaram.

"Finalmente, graças a Deus. Eu sei que ele será um bom presidente e ajudará aqueles de nós menos privilegiados. Isso vai mudar para melhor", disse Forero, que está desempregado.

Milhares de pessoas saíram às ruas em Bogotá para comemorar, com algumas dançando perto de seu maior local de votação sob chuva intermitente.

Esta campanha foi a terceira candidatura presidencial de Petro e sua vitória acrescenta a nação andina a uma lista de países latino-americanos que elegeram progressistas nos últimos anos.

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Fonte:https://www.reuters.com/world/americas/colombians-head-polls-tightest-election-recent-memory-2022-06-19/

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