14.03.2024
Em seu primeiro relatório ao Conselho de Direitos Humanos, o Relator Especial da ONU sobre a promoção e proteção dos direitos humanos na luta contra o terrorismo, Ben Saul, pinta um quadro preocupante: um cenário de contraterrorismo marcado por violações dos direitos humanos.
Violações generalizadas:
- Assassinatos
 - Detenções arbitrárias
 - Tortura
 - Julgamentos injustos
 - Violações da privacidade
 - Criminalização da liberdade de expressão, reunião, associação e participação política
 
Falta de compromisso com os direitos humanos:
- Mais de duas décadas de combate ao terrorismo não foram acompanhadas por um compromisso equivalente com os direitos humanos.
 - Estados recorrem a medidas antiterroristas excessivas contra a sociedade civil, incluindo opositores políticos, ativistas, defensores dos direitos humanos, jornalistas, minorias e estudantes.
 - A violência militar excessiva em resposta ao terrorismo viola direitos fundamentais, incluindo o direito humanitário e o direito penal internacional.
 - A impunidade para violações dos direitos humanos é endêmica.
 
ONU como parte do problema:
- A ONU tem encorajado regimes autoritários a reforçar leis antiterrorismo sem a devida atenção ao Estado de direito ou salvaguardas dos direitos humanos.
 - A ONU precisa consultar de forma significativa a sociedade civil sobre o combate ao terrorismo.
 
Prioridades do Relator Especial:
- Assegurar que as organizações regionais respeitem os direitos humanos na luta contra o terrorismo.
 - Garantir que todas as medidas administrativas coercitivas utilizadas para prevenir o terrorismo respeitem os direitos humanos.
 - Responsabilizar os Estados pelas violações dos direitos humanos no contexto do combate ao terrorismo.
 - Proteger as vítimas do terrorismo.
 
Fatores que colocam os direitos humanos em risco:
- Ascensão do autoritarismo
 - Polarização interna e extremismo
 - Competição geopolítica
 - Disfunção do Conselho de Segurança
 - Novas tecnologias, como as redes sociais, usadas para alimentar a desumanização, a difamação, o incitamento e a desinformação.
 - Duplicidade de critérios e seletividade das grandes potências na aplicação dos direitos humanos.
 
Os Estados devem ir além do compromisso retórico com os direitos humanos e colocá-los no centro de todas as medidas antiterroristas.
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